Dia das mães: alegria ou tristeza?

Será que é tão difícil entender que eu não fico me martirizando porque não tenho uma mãe para parabenizar pelo seu dia?

Nesse dia dedicado às mães tem sempre alguém que se aproxima de mim para perguntar a mesma coisa: “você ainda lembra de sua mãe, sente falta dela?” Se depois de quase 40 anos eu ainda estivesse sofrendo com isso...

Deus, logo nos primeiros anos da minha vida, resolveu chamar para junto de si a minha mãe. Mas Ele não me deixou desamparada. Muito antes disso, Ele já vinha cuidando da família na qual me colocaria. Essa família é especial e cada um dos seus membros cuidou um pouquinho para que eu chegasse até aqui. Além disso, me deixou Maria, a minha mãezinha do céu.  Ela que esteve e está ao meu lado quando no sofrimento, quando na alegria...

Claro que ao longo desses anos passei por muitas fases, inclusive aquela em que achava que Deus tinha me castigado, tirando minha mãe de perto de mim. Hoje, percebo claramente o quanto estava errada.

Graças a Deus, com o passar do tempo, fui aprendendo a conviver com a ideia de que não tinha uma mãe presente. E fui aprendendo também que essa mulher maravilhosa, no ventre da qual fui gerada, antes de partir para junto do Pai escreveu uma história de vida que deixou como herança para mim e para meus irmãos. Minha mãe, Ana Constância, me deixou como herança algo que nem o vento, nem a chuva, nem a desolação pode apagar: o seu exemplo de vida, de mulher de Deus, solidária com os sofrimentos dos mais necessitados. Isso eu e meus irmãos vamos levar para a eternidade.

Sofrimento por não ter uma mãe para abraçar neste dia? Hoje, se disser que sinto, estarei mentindo. Meu sentimento maior é o desejo de louvar e agradecer a Deus pela mulher perfeita que Ele criou e que me deu como mãe. Peço apenas que Jesus a conserve junto de Si, para que um dia possamos nos encontrar, no dia em que formos ressuscitadas com Ele.