Lemos hoje um
trecho da Epístola a Filêmon. Na realidade trata-se de um bilhete com 25
versículos. Paulo pede que Filêmon acolha bem o seu escravo fugitivo
Onésio que buscou apoio em Paulo prisioneiro.
“Eu, Paulo,
velho como estou e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, faço-te um pedido
em favor do meu filho que fiz nascer para Cristo, na prisão, Onésimo”.
Onésio havia
fugido da casa de Filêmon. A finalidade da carta é dispor Filêmon a
receber bem de volta seu escravo fugitivo. Paulo quer que se
estabeleça entre Onésio e Filêmon relacionamento de amor.
“Eu o estou
mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração.
Gostaria de tê-lo comigo, a fim de que fosse teu representante para cuidar de
mim nesta prisão que eu devo ao evangelho”. Ai esta um Paulo terno. Que
bela essa imagem: Onésimo era como se fosse o próprio coração de Paulo.
No fundo o Apóstolo respeita Filêmon, mas teria muito gosto de conviver com o
escravo livre, que Paulo gerou para a vida divina. Que júbilo no coração
do evangelizador!
O amor de
Paulo por Onésimo é muito grande. Ele pede que Filêmon de fato o receba e
o receba bem. “Assim como estás em comunhão comigo, recebe-o como se
fosse a mim mesmo. Se em alguma coisa ele te prejudicou ou se alguma coisa te
deve, põe na minha conta”. Estamos diante de um concretíssimo gesto de
amor. Filêmon deve ter ficado impressionado com as disposições de Paulo
com seu escravo fugitivo. “Eu pagarei, para não dizer que tu mesmo me
deves a própria vida”. Todo o espírito desse bilhete é
caracterizado por um amor sem limites de Paulo.
E assim
termina: “Sim, irmão, deixa que eu te explore no Senhor. Conforta
em Cristo meu coração”.
Concluamos com
palavras do comentarista do Missal
Cotidiano da Paulus: “O batismo liberta Onésimo de toda e
devolve-o a Paulo e ao antigo amo, na qualidade de “irmão caríssimo”. A
“nova humanidade cristã” liberta o homem de toda forma de escravidão e
faz de todos “filhos de Deus” chamados a conviver livremente, todos
juntos, vinculados pelo amor fraterno” (p. 1488).
Frei Almir Ribeiro Guimarães