Em outubro
vamos comemorar os 50 anos de abertura dos trabalhos do Concílio Ecumênico
Vaticano II. Convocado pelo papa João XXIII com o objetivo de abrir as portas
da Igreja para o mundo, o Vaticano II representou uma radical mudança para a
Igreja Católica. Esta mudança só foi possível porque os bispos conciliares
deram voz ao Espírito Santo, deixando que Ele os guiasse pelos caminhos do
necessário “aggiornamento”. Por isso cada um dos 16 documentos do Concílio
termina com a afirmação: “nós, no Espírito Santo, o aprovamos, decretamos e
estatuímos”. Para resgatar as inspirações do Vaticano II, Bento XVI proclamou o
Ano da Fé que começa em outubro e tem várias programações previstas para 2013.
Cientes de que
vivemos num mundo onde as mudanças se dão de forma muito rápida, precisamos, a
exemplo dos padres conciliares, nos confiar ao Espírito Santo para que nos
mostre “os caminhos por onde deveremos andar”. E é aí que ganha importância a
festa do Pentecostes que comemoramos neste final de semana.
No Pentecostes
fazemos memória da vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos no
cenáculo e celebramos a sua presença contínua na caminhada da Igreja. É o
Espírito Santo que propicia o entendimento entre as pessoas e fortalece os
laços da unidade. Através do seu sopro vivificador renova as pessoas e as
desperta ao amor e à caridade. Foi o Espírito Santo que deu coragem aos
apóstolos para que pudessem realizar sua missão no começo do cristianismo e
sustentou a Igreja ao longo dos séculos. É Ele que ilumina as lideranças para
que sigam na missão de “anunciar o evangelho a toda criatura”.
O Espírito
Santo está presente em toda atividade da Igreja, auxiliando-a a adaptar a
mensagem cristã às “línguas e linguagens” de nossos dias, para que todos possam
ouvir falar do Evangelho na própria língua, na própria experiência cultural.
Sua ação consiste em ajudar a Igreja a anunciar sem medo a Verdade através do
Evangelho. Por isso, todo aquele que acolhe o Espírito de Deus em sua vida
possui a força e a coragem de testemunhar Jesus Cristo como a Verdade, o Amor e
a Vida. Quem tem o Espírito de Deus em si não se intimida e nem se envergonha
de testemunhar a fé em Deus e se apresentar como discípulo e discípula de Jesus
Cristo.
Que o Espírito
Santo renove, anime e fortaleça nossas famílias, comunidades, paróquias e
Diocese. Que Ele nos provoque com seu sopro para que, a exemplo do que
aconteceu no Concílio Ecumênico Vaticano II, consigamos superar as barreiras
das divisões e nos unir na construção de uma sociedade de justiça, amor e paz.
Para isso, pedimos: “Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis
e acendei neles o fogo do Vosso Amor”!
Dom
Canísio Klaus
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