Perguntaram
as crianças ao Papa
No
dia 15 de outubro de 2005, o Santo Padre Bento XVI encontrou-se com diversas
crianças que estavam se preparando para receber pela primeira vez a Eucaristia.
Nesse bate-papo com os pequenos, o Pontífice deixou ensinamentos precisos sobre
este tão grande mistério.
O
jovem André perguntou ao Papa: A
minha catequista, ao preparar-me para o dia da minha Primeira Comunhão,
disse-me que Jesus está presente na Eucaristia. Mas como? Eu não o vejo!
Bento
XVI respondeu: Sim, não o vemos, mas existem tantas coisas que não vemos e que
existem e são essenciais. Por exemplo, não vemos a nossa razão, contudo temos a
razão. Não vemos a nossa inteligência e temo-la. Não vemos, numa palavra, a
nossa alma e todavia ela existe e vemos os seus efeitos, pois podemos falar,
pensar, decidir etc... Assim também não vemos, por exemplo, a corrente elétrica,
mas sabemos que ela existe, vemos este microfone como funciona; vemos as
luzes. Numa palavra, precisamente, as coisas mais profundas, que sustentam
realmente a vida e o mundo, não as vemos, mas podemos ver, sentir os efeitos. A
eletricidade, a corrente não as vemos, mas a luz sim. E assim por diante. Desse
modo, também o Senhor ressuscitado não o vemos com os nossos olhos, mas vemos
que onde está Jesus, os homens mudam, tornam-se melhores. Cria-se uma maior
capacidade de paz, de reconciliação etc... Portanto, não vemos o próprio
Senhor, mas vemos os efeitos: assim podemos entender que Jesus está presente.
Como disse, precisamente as coisas invisíveis são as mais profundas e
importantes. Vamos, então, ao encontro deste Senhor invisível, mas forte, que
nos ajuda a viver bem.
O
Papa bento XVI, em breves palavras, afirmou que a presença de Jesus é real na
Eucaristia, independentemente se esta não seja “perceptível” aos olhos humanos,
porém, este fato não afasta a realidade de que Cristo está presente na
Eucaristia.
A
pequena Anna perguntou: Caro
Papa, poderias explicar-nos o que Jesus queria dizer quando disse ao povo que o
seguia: "Eu sou o pão da vida"?
O
Pontífice respondeu que: Deveríamos,
esclarecer o que é o pão, pois hoje nós temos uma cozinha requintada e rica de
diversíssimos pratos, mas nas situações mais simples o pão é o fundamento da
nutrição e se Jesus se chama o pão da vida, o pão é, digamos, a sigla, uma
abreviação para todo o nutrimento. E como temos necessidade de nos nutrir
corporalmente para viver, assim como o espírito, a alma em nós, a vontade, tem
necessidade de se nutrir. Nós, como pessoas humanas, não temos somente um
corpo, mas também uma alma; somos seres pensantes com uma vontade, uma
inteligência, e devemos nutrir também o espírito, a alma, para que possa
amadurecer, para que possa alcançar realmente a sua plenitude. E, por
conseguinte, se Jesus diz 'eu sou o pão da vida', quer dizer que Jesus próprio
é este nutrimento da nossa alma, do homem interior do qual temos necessidade,
porque também a alma deve nutrir-se. E não bastam as coisas técnicas, embora
sejam muito importantes. Temos necessidade precisamente desta amizade de Deus,
que nos ajuda a tomar decisões justas. Temos necessidade de amadurecer
humanamente. Por outras palavras, Jesus nutre-nos a fim de que nos tornemos
realmente pessoas maduras e a nossa vida se torne boa.
Por
fim, o jovem Adriano perguntou ao Sumo Pontífice: Santo Padre, disseram-nos que hoje faremos a
Adoração Eucarística. O que é? Como se faz? Poderias explicar-nos isso?
Bento
XVI afirmou: A
adoração é reconhecer que Jesus é meu Senhor, que Jesus me mostra o caminho a
tomar, me faz entender que vivo bem somente se conheço a estrada indicada por
Ele, somente se sigo a via que Ele me mostra. Portanto, adorar é dizer:
"Jesus, eu sou teu e sigo-te na minha vida, nunca gostaria de perder esta
amizade, esta comunhão contigo". Poderia também dizer que a adoração, na
sua essência, é um abraço com Jesus, no qual eu digo: "Eu sou teu e
peço-te que estejas também tu sempre comigo".
Com
essas palavras do Papa Bento XVI dirigidas às pequenas crianças na Alemanha,
aprendemos que Jesus está presente na Eucaristia, mesmo que não O vejamos, pois
Sua presença está além dos nossos sentidos. Aprendemos que Ele, o Pão da Vida,
deseja nos alimentar, para que, em meio ao mundo - faminto de Deus –, possamos
caminhar fortemente rumo à vontade d'Ele. Para isso, basta-nos apenas
reconhecer Sua presença majestosa e nos prostrarmos em adoração, oferecendo a
Ele, a partir do nosso testemunho de vida, uma resposta de amor, a Ele que quer
ficar conosco até o fim dos tempos.
Ricardo Gaiotti, Missionário da Comunidade Canção Nova
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