Entre as
cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, às margens da Rodovia Dutra e do Rio
Paraíba se ergue a majestosa Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
Padroeira do Brasil. Os que já tivemos ocasião de viver algum tempo
naquele espaço sabemos do encanto e da beleza do espetáculo de fé que ali se
assiste.
Liturgia
Diária: Festa da Senhora Nossa, Mãe Aparecida
Dizemos, com
razão, que ali é a Casa da Mãe. Os fiéis acorrem de todos os
cantos. Há ônibus de peregrinos que rodam horas e horas. Há pessoas
que fazem parte do caminho a pé. Há os que sobeM de joelhos ladeiras e
escadas. Em todos e em cada um dos peregrinos e dos devotos estão os filhos que
buscam estar um pouco na Casa da Mãe. Há os que trazem o agradecimento
das graças obtidas e os que não aguentam mais as dores do corpo e do
coração e fazem promessas à Mãe de Jesus. Cansados da viagem, sem
poderem dormir, essas mulheres e esses homens de fé querem colocar-se sob
o manto da Mãe. Há mães que pedem pela conversão dos filhos, há esposos e
esposas que suplicam graças para sua família e a solidez de seu
casamento. Há pessoas dadas à bebida e às drogas que buscam força… Sempre
um espetáculo de fé.
A primeira
leitura da missa tirada do livro de Ester fala da prece de Ester pelo
povo. A Igreja coloca a mesma prece nos lábios de Maria: “Se ganhei as tuas
boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida, eis o meu
pedido, e a vida do meu povo, eis o meu desejo”. Belíssimas palavras! A Mãe de
Jesus olhando a multidão dos fiéis pede ao Filho e ao Pai que dê
vida ao povo. Podemos imaginar que Maria peça também pelos pobrezinhos e quase
miseráveis que lá estão e nem mesmo tenham pão para viver e sobreviver.
A segunda
leitura tirada do Apocalipse fala de uma mulher vestida de sol. Sabemos
que essa luminosa criatura que tinha também a lua sob seus pés é Maria, a
Imaculada em sua Conceição, que pisa a cabeça da serpente e que é assim a Mãe
dos Pecadores. Doce esse título da Senhora: Maria, mãe dos
pecadores que nos dirigimos à Casa da Mãe.
No relato das
Bodas de Caná ouvimos Maria dizer a todos: “Por favor, diante das
carências da vida, da consciência das falhas e pecados que comente… façam tudo
o que ele mandar… ele transformará água em vinho, desespero em esperança,
morte em vida…Façam tudo o que ele mandar”.
Quando João
Paulo II esteve em Aparecida, por ocasião da Dedicação da Basílica Nacional,
disse: “Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a
Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida”. Desde que eu pus os pés em terra
brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, a
ingenuidade e singeleza de suas palavras, um grito da alma, uma saudação,
uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo
verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho no momento extremo de sua
vida para ser nossa Mãe”.
Frei Almir
Ribeiro Guimarães
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