Há alegria no
ar. Jesus entra na capital religiosa de seu país. Entra saudado com ramos
de oliveira, cantos de hosana.
“Acompanhemos
o Senhor, que corre apressadamente para a sua Paixão, e imitemos os que foram
ao seu encontro. Não para estendermos à sua frente, no
caminho, ramos de oliveira ou de palma, tapetes ou
mantos, mas nos prostrarmos aos seus pés, com humildade e retidão de espírito,
a fim de recebermos o Verbo de Deus que se aproxima, e acolhermos aquele Deus
que lugar algum pode conter” (Santo André de Creta).
O Mestre
escolhe a pobreza total e radical para levar os homens à festa do amor de seu
Pai. Jesus se esvazia em sua encarnação. “Na encarnação Jesus
fez sua a pobreza radical do homem perante Deus. Coerente com esta sua escolha,
apoiou-se na palavra do Pai, que nas Escrituras lhe indica o caminho para
cumprir sua missão; não se subtraiu à condição de homem pecador, e
ao sofrimento que provém do egoísmo, nem aos limites da natureza humana, entre
os quais, antes de tudo, a morte. Um homem como todos, um pobre em poder
de todos; assim mostra o sucinto e objetivo relato dos
evangelistas. Vemo-lo como uma vítima da intolerância e da injustiça, um
amotinador ou, quando muito, um sacrificado pelos seus por um falaz
calculo político. Mas, isto não bastaria para fazer dele um
salvador. O que resgata sua morte, o que a transfigura
- para ele e para nós – é o imenso peso de amor com que faz o dom
da vida, para libertar-nos da violência e do ódio, do fanatismo e do medo, do
orgulho e da autossuficiência; para tornar-nos - como
ele - disponíveis a Deus e aos outros, capazes de amar e de perdoar, de
ter confiança e reconstruir, de crer no homem ultrapassando as aparências
e as deformações” (Missal
Dominical da Paulus, p. 250).
Demos ainda a
palavra a André de Creta: “Alegra-se Jesus Cristo, porque deste
modo nos mostra a sua mansidão e humildade e se eleva, por assim
dizer, sobre o ocaso de nossa infinita pequenez ; ele veio ao nosso encontro e
conviveu conosco, tornando-se um de nós, para nos elevar e
nos conduzir a si”.
Frei Almir
Ribeiro Guimarães
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