Com o Credo
niceno-constantinopolitano, respondemos, confessando: "E por nós, homens,
e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no
seio da Virgem Maria, e se fez homem".
O Verbo se fez
carne para salvar-nos, reconciliando-nos com Deus: "Foi Ele que nos amou e
enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo
4,10). "O Pai enviou seu Filho como o Salvador do mundo" (1Jo 4,14). "Este
apareceu para tirar os pecados" (1Jo 3,5):
Doente, nossa natureza precisava ser
curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a
posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era
preciso trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um
socorro; escravos, um libertador. Essas razões eram sem importância? Não eram
tais que comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo descer até nossa natureza humana
para visitá-la, uma vez que a humanidade se encontrava em um estado tão
miserável e tão infeliz? (S. Gregório de Nissa)
O Verbo se fez
carne para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus: "Nisto manifestou-se
o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho Único ao mundo para que vivamos
por Ele" (1 Jo 4,9). "Pois Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho
Único, a fim de que todo o que crer nele não pereça, mas tenha a Vida
Eterna" (Jo 3,16).
O Verbo se fez
carne para ser nosso modelo de santidade: "Tomai sobre vós o meu jugo e
aprendei de mim..." (Mt 11,29). "Eu sou o Caminho, a Verdade e a
Vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim" (Jo 14,6). E o Pai, no monte
da Transfiguração, ordena: "Ouvi-o" (Mc 9,7). Pois Ele é o modelo das
Bem-aventuranças e a norma da Nova Lei: "Amai-vos uns aos outros como eu
vos amei" (Jo 15,12). Este amor implica a oferta efetiva de si mesmo em
seu seguimento.
O Verbo se fez
carne para tornar-nos "participantes da natureza divina" (2Pd 1,4):
"Pois esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus,
Filho do homem: é para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e
recebendo, assim, a filiação divina, se torne filho de Deus".
"Pois o
Filho de Deus se fez homem para nos fazer Deus. "Unigenitus Dei Filius, suae divinitatis volens nos esse
participes, naturam nostram assumpsit, ut homines deos faceret factus homo.
O Filho Unigênito de Deus, querendo-nos participantes de sua divindade, assumiu
nossa natureza para que aquele que se fez homem dos homens fizesse
deuses."
Catecismo da Igreja Católica, §§ 456-460
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