Faz
muito quem faz bem aquilo que faz.
Bem
faz quem serve mais ao bem comum que à sua vontade própria.
Muitas
vezes parece caridade o que é amor próprio; porque a propensão de nossa
natureza, a própria vontade, a esperança de recompensa, o gosto da comodidade
raras vezes nos deixam.
Quem
tem verdadeira e perfeita caridade em nenhuma coisa se busca a si mesmo, mas
deseja que em todas Deus seja glorificado.
De
ninguém tem inveja, porque não ama particularmente nenhum prazer, mas deseja
sobre todas as coisas ter alegria e felicidade em Deus.
A
ninguém atribui bem algum, mas refere tudo a Deus, do qual, como de fonte
eterna, brotam todas as coisas, no qual, como em fim último, descansam em plena
satisfação todos os santos.
Oh!
Quem tivera uma centelha de verdadeira caridade! Por certo avaliaria por
vaidade todas as coisas da terra!
Do Livro “Imitação de Cristo”
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