Todos
aprendemos a ter um carinho especial e delicada devoção por João, o
Batizador, o Batista, o filho da velhice de Isabel e de Zacarias. Quando
chega sua festa tantos fatos e tantos acontecimento de sua vida chegam para
povoar de jubilo nosso coração. Ele é aquele que prepara os caminhos do Senhor
e, feita sua missão, desaparece. Era tão grande aos olhos dos seus
contemporâneos que chegou a ser confundido com o Messias. Precisou
dizer com força: “Não sou o Messias. Depois de mim vem alguém mais
importante. Dele nem sou capaz de desatar as sandálias de seus pés”.
A Igreja
aplica a João Batista a passagem de Isaías proclamada na liturgia de
hoje: “O Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe
ele tinha em mente o meu nome”. João é chamado por Deus. A
Escritura sempre nos coloca diante do mistério da vocação. Ele seria o
preparador dos caminhos. Um dia, ainda no seio de sua mãe, o menino
saltou de alegria quando Maria, grávida do Menino Luz, foi visitar a
prima Isabel.
“Fez de minha
palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim
uma flecha aguçada, escondida em sua aljava…”. O homem do deserto, o
homem do silêncio, o profeta da conversão, o homem da limpidez e do discurso
contundente. Toda a figura do Batista exala transparência, força e apelo
à mudança. Sua missão foi a de preparar os corações das pessoas para
acolher a Cristo.
“Antes que ele
(o Messias) chegasse João pregou um batismo de conversão para todo o povo
de Israel. Estando para terminar sua missão João declarou: ‘Eu não
sou aquele que pensais que eu seja. Mas vede, depois de mim vem aquele do qual
nem mereço desamarrar as sandálias’” (Atos).
Santo
Agostinho escreve belamente a respeito do nascimento do Precursor: “João
apareceu como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o antigo
e o novo. O próprio Senhor o chama de limite quando diz: A lei e os profetas até
João Batista (Lc 16,16). Ele representa o antigo e
anuncia o novo. Porque representa o Antigo Testamento, nasce de pais idosos;
porque anuncia o novo é declarado profeta ainda estando nas entranhas da mãe.
Na verdade, antes mesmo de nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada
de Maria. Antes de nascer já é designado, revela-se de quem seria o precursor,
antes de ser visto por ele”.
E Lucas, por
ocasião do nascimento do Batista, coloca na boca dos circunstantes uma
questão: “O que será desse Menino?” Ora, a Igreja, os cristãos,
temos a missão de ser como João, ou seja, através de nossa palavra e de nosso
testemunho de vida, preparar os caminhos do Senhor. Para isso existimos.
Somos, como João, preparadores dos caminhos do Messias.
Frei Almir
Ribeiro Guimarães
Nenhum comentário:
Postar um comentário