“Naquele
tempo, Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe.
No caminho perguntou aos discípulos: ‘Quem dizem os homens que eu sou?’” (Mc
8,27)
A pergunta foi
feita pelo próprio Jesus lá na região de Cesareia de Filipe: “E vós, quem
dizeis que eu sou?”. A questão fora dirigida aos apóstolos. Pedro, tomando a
dianteira, proclamou Jesus em sua realidade messiânica: “Tu és o
Messias”.
Cada um de
nós, mormente nós cristãos, ao longo de nossa vida vamos elaborando uma
resposta pessoal e comunitária a esta pergunta: “Quem sou eu para você?”
Alguns de nós
nascemos numa família católica, recebemos os sacramentos, vivemos o ano
litúrgico. Conhecemos as origens de Jesus, sabemos detalhes de seu
nascimento, de sua infância, de sua idade adulta. Entramos em contato
com seu ensinamento. Pode ser que, durante um bom tempo da vida,
tenhamos tido apenas noções intelectuais, ou fortemente intelectuais.
Pode ser que,
num determinado momento de nossa vida, tenhamos feito essa esplendorosa
experiência de que Jesus não é mero personagem do passado, mas antes de
tudo o Ressuscitado que vive e atua em nosso meio… Encontramo-lo vivo
atrás da Palavra proclamada, tiramos as sandálias dos pés quando, na celebração
da missa, nas aparências do pão e do vinho, ele se torna presente e nos
apresenta ao Pai. Encontramo-lo presente no seio da comunidade porque ele mesmo
garantiu que quando dois ou três estivessem reunidos em seu nome ele estaria
presente. Assim, ao longo de nossa vida vamos encontrando o Senhor e formulando
nossa resposta. Não queremos apenas ficar com esse Jesus frio e distante…
Jesus é a
presença no Altíssimo na terra dos homens. Ele vem da Trindade, se instala seio
transparente de Maria. Toma a condição de servo aquele que cria os
espaços e é de tudo Senhor. Vive em tudo a condição humana,
menos o pecado. Come o pão de nossas mesas, bebe a água de nossas
fontes, deslumbra-se com o ondular dos campos de trigo e com a singeleza
do rosto de uma criança. Ele é caminho, vida, pastor, água, fonte, porta,
pão, cordeiro. Mas sobretudo ele é o Ressuscitado que, de modo
particular, nos sacramentos da Igreja nos dá sua vida.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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