“Quem acolhe
um destes pequeninos, é a mim que acolhe!”
No Evangelho
de hoje Jesus nos fala dos verdadeiros valores do Reino de Deus. Jesus está a
caminho de Jerusalém, não para conquistar um reino deste mundo, mas para dar a
sua própria vida.
No entanto,
seus discípulos não conseguiam entender essa dura realidade. Não só os apóstolos,
mas todo povo tinha uma ideia totalmente errada sobre Jesus. Ninguém conseguia
entender porque Jesus tinha que ser entregue aos inimigos e morto por eles.
Os discípulos
não entendiam as palavras de Jesus e tinham medo de pedir-lhe explicações. É
fácil entender porque não o compreendem; o tipo de Messias anunciado por Jesus
está muito longe daquele imaginado pelo povo.
Os doutores da
lei ensinavam que o Filho de Deus não morreria jamais, que triunfaria sobre
todos inimigos... como então aceitar uma derrota e, o que é pior, aceitar a sua
morte?
O evangelista
faz questão de observar que os apóstolos não tinham coragem de fazer nenhuma
pergunta, nem sugerir mudanças. Certamente não o faziam, pois conheciam muito
bem o Mestre, sabiam que Jesus falava sério e não aceitava desviar-se, nem um
milímetro, dos planos traçados pelo Pai.
Quantas vezes
nos fazemos de desentendidos ou não queremos entender as propostas de Jesus.
Lutamos por colocar em evidência as nossas propostas de vida e de interpretação
do evangelho, conforme nossos interesses.
Quantas vezes
agimos exatamente como os discípulos de Jesus. Com tantas coisas para nos
preocuparmos, e ficamos nos questionando quem será o primeiro, quem é o maior
no trabalho, no lar, na comunidade, nos movimentos e pastorais?
A tentação do
prestígio e do poder é tão forte que se manifesta em todos os lugares, por isso
pode se manifestar, até mesmo, na Igreja e nos ambientes mais santos que
conhecemos. Esquecemos que a autoridade, a liderança, tem que ser manifestada
através do serviço, através de obras.
Jesus nos
mostra que no Reino de Deus, os valores são invertidos. O maior é o menor. O
primeiro é o último, é aquele que se coloca a serviço dos irmãos. A autoridade
só pode ser reconhecida se for útil para a comunidade.
Colocar-se em
último lugar, como manda Jesus, não significa esconder-se, fugir dos
compromissos sociais e religiosos, muito menos fechar os olhos ou fingir que
não vê as falcatruas e injustiças do dia a dia.
A
característica do seguidor de Jesus é a humildade. Colocar-se em último lugar é
a atitude do cristão que entendeu a mensagem do Mestre e a traduz com
transparência em sua própria vida.
Jorge Lorento
- www.miliciadaimaculada.org.br
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