João declarou:
“Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor’” — conforme
disse o profeta Isaías. (Jo 1,23)
Durante o
tempo do advento tivemos a ocasião de meditar sobre muitos aspectos
da figura do Batista. Às portas do Natal lá estava ele, sua família, as graças
que receberam seus pais. Agora, neste tempo do Natal e antes da festa do
Batismo do Senhor, novamente ele ocupa a cena. Faz questão de dizer que não é o
Messias. Os judeus haviam enviado emissários ao deserto para colocarem uma
pergunta fundamental a João: “Quem és tu?”
“Eu não sou o
Messias. Não me tomem como tal. Eu sou o filho da velhice de meus pais. Nasci
como uma graça do céu. Desde muito jovem aprendi a escutar a voz do Senhor.
Vivi muito tempo no deserto. Longe dos ruídos e longe de mim mesmo. Não me
assentei à mesa dos banquetes refinados. Não vesti de roupas sedosas. Procurei
a austeridade. Foi assim que desejei viver. Ao longo dos tempos as pessoas
haverão de me representar com os ombros caídos, vestido de peles de camelo,
completamente despojado. Aliás, eu deveria me chamar João, o despojado.
Não digo isso para me gloriar. Mas porque de fato assim foi a minha vida.
Não andei buscando minha glória.
Sim, as
pessoas logo compreenderam alguma coisa fundamental de minha vida e de minha
missão: batizar no batismo de conversão, preparar corações para o
Messias. Por favor, tirem de suas cabeças essas ideias: eu não sou o Messias.
Minha missão é a de apontar sua chegada e desaparecer.
Pode ser que
eu tenha traços de Elias. Arde dentro de mim fogo e não tenho receio de
denunciar aquilo que corrompe e destrói o homem… Vocês precisam levar uma
resposta a respeito de minha pessoa: Eu sou a voz do que clama no deserto. Vim
para aplainar os caminhos do Senhor. Cumpro uma profecia de Isaias. Para
mim, isto consistiu numa subida honra. Sou apenas uma voz que anuncia a
Palavra.
Aos poucos fui
tomando consciência mais clara de minha missão. Sou o pregador da
transformação do coração, da conversão. O Senhor deseja que eu leve as pessoas
ao seu interior e que lá elas descubram que precisam de uma purificação.
Acolho-as às margens do Jordão e faço com que mergulhem em suas águas…
Sou o batizador… o Batista….o batizador dos pecados…. Prepara os caminhos do
Senhor… Ele, o Messias é que importa…. Ele batizará na água e no
Espírito. Eu batizo com água, mas no meio de vós está aquele que vos não
conheceis e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas
sandálias. Eu não sou o Messias… simples e gloriosamente sou aquele que
prepara seus caminhos. Espero ter respondido aos seus questionamentos”
http://www.franciscanos.org.br
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