Amarás o
Senhor teu Deus de todo o coração… amarás ao próximo como a ti mesmo. Mais uma vez
estamos diante do tema fundamental do cristianismo, das religiões e da
consciência dos homens e mulheres de boa vontade.
Desde toda
eternidade, o Pai ama o Filho e o Filho responde ao amor do Pai. Entre os dois,
desde toda eternidade, há o laço do Espírito. Uma explosão de amor, de entrega,
de dom. A Trindade: fonte inexaurível de amor. Esse amor eterno e infinito
tende a difundir-se. Quando chegou a plenitude dos tempos, a Palavra do Pai, o
Verbo do Pai tomou carne e habitou entre nós. Deus, caridade e amor, se
entrega aos homens que cria para que sejam perfeitos no amor e vivam de
sua vida. Veio o Verbo, tomou nossa carne, e tendo amado os seus, até o
fim os amou. Por isso, entendemos: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração,
de toda a tua mente, de todo o teu entendimento”. Ele nos amou por
primeiro.
Nascemos de um
movimento de amor, vivemos no amor, somos feitos para o amor e nosso destino
final é nos perdermos na fogueira de amor que é a Trindade. Desde
a nossa mais tenra infância sentimos essa é orientação fundamental de
nossa vida. Nascemos do amor, vivemos do amor e para o amor tendemos. Há, no
entanto, uma contradição nesse pobre coração que é o nosso.
Queremos o bem, desejamos a harmonia, temos saudade da paz dinâmica que torna a
terra dos homens, imagem de um paraíso que construímos com Jesus vivo e
ressuscitado. Mas conhecemos a fragilidade e o pecado que moram em nós.
Há essa preocupante dupla lei: queremos o bem e fazemos o mal.
Somos irmãos.
Proviemos da mesma fonte. Carregamos os pesos uns dos outros. Levantamos
os caídos, enxugamos a fronte dos doentes e não existimos para girar em
torno de nossos pequenos interesses. Somos feitos para o amor.
E o amor se
reveste de muitas cores e se apresenta de múltiplas maneiras: há esse
amor do homem e da mulher, desse marido e dessa mulher, que se amam na força do
amor de Cristo; há o amor por todos aqueles que nos ajudam a viver, amor
de reconhecimento; há o amor do parente que anda nas drogas, que foi preso, que
precisa de perdão e de visita; há o cuidado exigente por todos os que são
colocados sob nossos cuidados (crianças, alunos, pessoas fragilizadas); há esse
desejo que as pessoas amem a Deus e não vivam na superfície de uma existência
sem valor e sem norte.
Penso em
algumas modalidades de amor particularmente exigentes e
importantes: o amor do catequista (ou do formador), dos pais e dos que
orientam espiritualmente as pessoas.
Nada mais
importante do que amor. O amor vem Deus. Deus é amor.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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