A Palavra do
Deus vivo,
transformou o vinho e o pão
no seu sangue e no seu corpo
para nossa salvação
(Hino das I Vésperas de Corpus Christi)
transformou o vinho e o pão
no seu sangue e no seu corpo
para nossa salvação
(Hino das I Vésperas de Corpus Christi)
Uma mesa com
uma toalha, uma toalha branca. Branca como a transparente pessoa do Mestre e a
limpidez dos corações retos. Uma cruz que evoca a cruz do Gólgota.
Sobre uma mesa, ao lado, uma cesta de pães e um vaso com o vinho rubro.
Nesse quadro fazemos a memória do Senhor. Anunciamos sua paixão, proclamamos a sua
morte e ressurreição, esperando a sua vinda. Eucaristia, ação de graças,
mesa da comunhão, comunhão de irmãos, oferenda do Corpo doado e do sangue
vertido.
Era a
noitinha, a noitinha da véspera da Paixão. O Mestre, com roupas bonitas,
aguardava os seus íntimos. Depois de lhes lavar os pés tomou o pão e o vinho,
seu corpo e seu sangue dados na véspera. No dia seguinte, na hora das
horas, na aridez do sofrimento, fora dos muros da cidade, ele haveria de ver
seu corpo triturado pelo sofrimento. Corpo, pão, trigo. Já, na véspera,
ele havia tomado o pão, segurando firmemente em suas mãos e distribuído
como um pai de família para os seus. Ali, no alto da cruz, o pão era
cozido na fidelidade do Filho e no forno do sofrimento. “Isto é o meu corpo é
dado por vós”. Misturam-se o vinho rubro do vaso ou no cálice e o
sangue do esposo que dá a vida pela esposa no alto da cruz, no tálamo
nupcial. “Este é o cálice do meu sangue derramado por vós e por todos para o
perdão dos pecados”. E ele pedia ou ordenava que aquilo fosse feito para
celebrar a sua memória.
Uma mesa com
uma toalha, uma toalha branca… Na capela das irmãs, de manhãzinha,
na catedral, na igreja do bairro bem pobre… a mesa da toalha branca… O
Senhor se fez pão e vinho, seu corpo, seu sangue gloriosos. E chegam os
comensais… Eles chegam com as vestes da contrição e do serviço, como o Mestre.
Assentam-se, fazem silêncio em seu interior. Os que chegam do mundo, de
suas casas, dos trabalhos, chegam alegres ou preocupados, mas acorrem pressurosos.
Querem ouvir a Palavra do Amado, querem escutá-la com os seus ouvidos e
ajudados pelo Espírito que desobstrui sua audição interior. Elevam com o
celebrante a pátena e, na hora da consagração, o corpo de Cristo que se
entrega, é seu corpo também…. Há uma só oblação. Todos os que se acercam da
mesa da toalha branca entram em comunhão. Eles passam a ser um só corpo e
uma só carne.
Quando deixam
o templo, rezamos com São Francisco: “Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus
Cristo, aqui e em todas as vossas igrejas que estão pelo mundo inteiro porque
pela vossa santa cruz remistes o mundo”.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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