Sirva
de texto de meditação para esta solenidade a reflexão a de Nicolau
Cabasilas, Padre do Oriente.
“Embora a Trindade santa tenha dado a salvação ao gênero humano mediante um só e único amor pelos homens, a fé nos diz que cada uma das pessoas divinas tem contribuição particular. O Pai reconcilia-se conosco, o Filho opera a reconciliação e o Espírito Santo é dom concedido aos que se tornaram amigos de Deus. O Pai nos libertou, o Filho foi o preço de nosso resgate; o Espírito Santo é a liberdade. De fato lá onde o Espírito se faz presente há liberdade (2Cor 3, 17), diz Paulo. O Pai nos criou, o Filho nos recriou e o Espírito nos faz viver (cf. Jo 6,63).Na criação inicial a Trindade estava presente em figura: o Pai plasmava, o Filho era a mão do plasmador, o Espírito, o sopro que inspirava a vida. Por que digo isto? Somente na nova criação foram reveladas as distinções de Deus. Em todo o tempo Deus derramou seus dons sobre sua criação, mas não se encontra nenhuma revelação que se refira só ao Pai, só ao Filho ou só ao Espírito Santo, mas todos são comuns à Trindade pois com um só poder, uma só providência e uma só ação criadora ela realiza todas as coisas.No desígnio da salvação com o qual restaurou o gênero humano, renovando-o foi a Trindade inteira que quis minha salvação e que providencia sua realização, mas não a Trindade inteira que a efetivou. Seu artífice não é nem o Pai, nem o Espírito, mas somente o Filho. Foi ele que assumiu a carne e o sangue, ele foi flagelado, sofreu e morreu e também ressuscitou. Por estes mistérios a natureza humana retomou vida e foi instituído o batismo, novo nascimento e nova criação. Por isso, no batismo é necessário invocar Deus distinguindo as pessoas – o Pai, o Filho, o Espírito Santo – que somente a nova criação nos revelou.
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