Não temos que
aceitar tudo que recebemos, mas nem tudo deve ser deixado de lado, no
ostracismo e na rejeição total. Há muitos valores que acrescentam e são
fundamentais na nossa existência e realização como pessoas humanas. A Palavra
de Deus, por exemplo, é fonte de critérios para uma vida sadia e equilibrada.
Jesus disse
que, “um profeta nem sempre é bem recebido em sua própria terra natal” (Lc 4,
24). Os seus conterrâneos desqualificavam suas palavras por ser “filho de carpinteiro”,
portanto considerado, naquele tempo, como pessoa de pouco prestígio. Assim não
davam credito aos ensinamentos que saíam de sua boca.
Aos sábados
Jesus ia à sinagoga dos judeus para anunciar uma palavra de fé e vida. Isto
causava admiração em algumas pessoas e atitudes de recusa em outras. O mais
impressionante é que a recusa era feita pelos líderes religiosos, por aqueles
que deveriam proclamar a Mensagem do Mestre como fonte e motivação para a fé.
Jesus
anunciava com muita autoridade, mas isto não dependia de sua profissão, de ser
carpinteiro. Era ensino com uma sabedoria dada pelo poder divino. Não poderia
haver preconceito, mas reconhecimento do valor da Palavra. O preconceito causa
fechamento do coração humano e impede a pessoa de ver a Deus através das obras
realizadas em Jesus Cristo.
Todo aquele
que sente o sopro de Deus em sua vida faz o bem e age com muito mais
responsabilidade. Do contrário, seu coração fica endurecido, insensível e suas
atitudes às vezes são nefastas, egoístas e voltadas para o seu bem próprio.
Isto pode ser identificado, com muita facilidade, nas lideranças mal
preparadas, desonestas e aproveitadoras do poder que têm.
Somos
exortados a viver conforme nos ensinam os Evangelhos de Jesus Cristo. Uma das
características é a humildade, a superação do orgulho próprio, o entender que,
na fraqueza humana está a grandeza do agir de Deus na vida das comunidades. Ele
nos fala através de pessoas simples e modestas, com palavras que questionam
nosso modo de ser e agir.
Dom
Paulo Mendes Peixoto
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