Às
vezes já me perguntei porque Deus gosta tanto da esperança, pedindo-nos
continuamente que esperemos nele. Aos poucos estou descobrindo a resposta. Continuar
esperando, apesar de tudo se tornar sempre mais difícil e de a evidência
desmentir sistematicamente a expectativa, significa acreditar mais em Deus do
que na evidência dos fatos; significa continuar reconhecendo a Deus um direito
a mais, uma possibilidade a mais. Significa dar-lhe crédito. Digo que se, por
absurdo, Deus não tivesse pensado antes em criar o paraíso, iria criá-lo porque
seus filhos o esperam. Que pai, descobrindo que o filho tem certeza de receber
um presente no Natal, no qual ele nem tinha pensado, não iria correndo
providenciar esse presente para não decepcioná-lo? Uma criatura humana pode ter
medo e não querer que se espere mais dela, porque conhece seu limite e sabe
que, mesmo querendo, não poderá corresponder sempre às esperanças nela colocadas.
Mas Deus não; Deus não tem problemas assim. Por isso, longe de ficar aborrecido
pelo fato de se esperar demais nele, ele o deseja e espera. “Até agora – diz Jesus
– nada pedistes (cf. Jo 16,24); tudo quanto pedirdes, orando, crede que o
recebereis (isso é esperar!) e o obtereis” (cf. Mc 11,24)
Do
Livro “Maria – um espelho para a Igreja”, Frei Raniero Cantalamessa
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