Jesus disse: “Quando rezardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos, e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação’” (Lc 11,2-4)
Como são
numerosas e intensas as riquezas da oração do Senhor! São coligidas em poucas
palavras, mas de uma densidade espiritual inesgotável, a ponto de nada faltar
neste resumo perfeito do que deve constituir a nossa oração. Está escrito:
«Orai assim: Pai Nosso, que estais nos céus».
O homem novo,
que nasceu de novo e foi conduzido a Deus pela graça, diz primeiro: «Pai»,
porque se tornou Seu filho. O Verbo, a Palavra de Deus, «veio para o que era
Seu, e os Seus não O receberam. Mas a quantos O receberam, aos que n'Ele creem,
deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo 1,11-12). Aquele que
acreditou no Seu nome e se tornou filho de Deus deve começar por dar graças e
proclamar que é realmente filho de Deus. [...] Mas não basta, irmãos
bem-amados, termos consciência de que invocamos o Pai que está nos céus; também
acrescentamos: «Pai nosso», ou seja Pai dos que creem no Seu Filho, dos que se
santificaram por Ele e nasceram de novo pela graça espiritual: esses
tornaram-se realmente filhos de Deus. [...]
Quão grande é
a misericórdia do Senhor, quão grandes são a Sua benevolência e a Sua bondade,
para nos permitirem orar assim na presença de Deus, a ponto de Lhe chamamos
Pai! Como Cristo é Filho de Deus, assim nós também somos chamados filhos.
Nenhum de nós teria ousado empregar esta palavra na oração: foi necessário que
o próprio Senhor nos encorajasse a isso.
São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago, mártir
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