“O
que Deus uniu o homem não separe!” (Mc 10,2-9)
O autor do
Gênesis, na leitura deste domingo, nos fala da criação do primeiro casal
humano. O olhar do Senhor pousa sobre Adão. Ele perambulava
pelas alamedas do Paraíso com o olhar perdido… Deus
reconhece: “Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma
auxiliar semelhante a ele”.
Há um desfile
de animais diante do homem. Adão dá nome a cada um desses animais
domésticos, aves e animais selvagens. E ele não encontrou uma auxiliar
semelhante a ele.
Arma-se um
cenário. Deus faz cair um sono profundo sobre Adão. Quando este
tinha adormecido Deus “tirou-lhe uma das costelas e fechou o
lugar com carne”. Da costela tirada o Senhor formou a mulher.
“Agora sim,
osso de meus ossos e carne da minha carne”.
Homem e
mulher, iguais e diferentes, parecidos e diversos. Os dois se sentem atraídos.
Autônomos, é verdade, mas feitos um bom para o outro. Há essa
peregrinação ardorosa do masculino para o feminino. Os dois se
unem, são companheiros, formam uma só realidade.
Homem e mulher
deixam sua parentela, sua família e constituem uma nova realidade.
Jesus vai
valorizar este texto do Gênesis. Insistirá na indissolubilidade.
Bela e
misteriosa a realidade do casamento. Ele e ela se escolhem. Juntam suas
histórias e seus destinos. Vão ganhando tirocínio na construção de uma vida a
dois no diálogo, na prestação de serviços, na entrega amorosa dos corpos e dos
corações, nas coisas de todos os dias, no projeto da prole que querem
ter. Livremente fazem uma promessa de entrega. Dizem um sim
com repercussão ao longo de todo o tempo de sua vida. Os dois se sentem
profundamente vinculados e constroem uma vida de fidelidade: fidelidade
da mente, do coração e dos corpos. E projetam sua promessa pelo tempo
todo da vida… tempo de colocar filhos no mundo, tempo de vê-los crescer e
ganhar asas fortes para poderem voar, tempo de perdoar as falhas um do outro,
tempo de rir e de chorar, mas sempre um ao lado do outro.
E os dois
passam a ser um sinal concretíssimo do amor de Cristo pela Igreja. O
esposo Jesus, suspenso entre o céu e a terra, dá a vida pelos seus
como um esposo amante. Marido e mulher vivem esse enlace amoroso
do Cristo em sua carne, em seus corações, na família que constituem.
Não é bom que
o homem viva só.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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