Teresinha do
Menino Jesus é uma santas mais veneradas em toda a face da terra. Teresa
aparece no diminutivo. Talvez em contraposição com Teresa d’Ávila, conhecida
como a “grande Teresa”. Teresinha viveu apenas 24 anos. Um vida
curta. Nasce numa família profundamente cristã. Cresce junto com
irmãs que, como ela, buscam a Deus. A alma daquela família eram o pai e mãe que
a Igreja também considera dignos das honras dos altares.
Sim, Teresinha
nasce no seio de uma família que busca a Deus. Nunca é demais, sobretudo nesses
tempos que são os nossos, falar da importância fundamental de uma
verdadeira família cristã que possa acompanhar os primeiros tempos
da vida de uma pessoa. Apesar de todas as dificuldades hodiernas no tocante à
transmissão dos valores humanos e da proposição da fé cristã às novas
gerações, estamos todos convencidos de que esta tarefa é enormemente facilitada
quando as crianças nascem no seio de uma família onde se respira a fé cristã.
Dizemos bem: fé cristã. Não basta apenas um verniz de fé. Não é suficiente que
os filhos de uma família façam a primeira comunhão, participem esporádica
ou regularmente da missa. Será fundamental que o perfume do
Evangelho seja respirado nos espaços da casa e todos se sintam, de fato,
discípulos do evangelho, sem pieguice, mas a partir de sólidas convicções.
Teresinha teve um lar cristão.
Nesses lares
cristãos, os filhos podem fazer o discernimento de sua vocação. Há essa vocação
de ser homem e mulher de pé. Não se trata de rolar pelo espaço e pelo tempo.
Quando os filhos sentem que seus pais são pessoas de valor, honestas,
respeitadas e respeitadoras, eles também procuram realizar sua vocação
humana: crescer, desenvolver-se, dar sua parte de colaboração para que o
mundo seja melhor. Lá, no seio de uma família, os filhos podem responder ao
chamamento de Cristo. Não querem apenas ser católicos de nome, mas discípulos
carinhosos e atenciosos. No seio da família, os filhos discernem, dentro da
vocação cristã, se devem seguir o caminho do matrimônio, da
vida religiosa consagrada ou do sacerdócio ministerial. Não há outro
espaço mais próprio para o discernimento vocacional do que uma família
profundamente humana e cristã. Insisto: não se trata de
uma família exteriormente cristã, mas sempre buscadora do seguimento do
Cristo. Teresinha, no seio de sua família, escolheu seguir o
Senhor, muito nova, na via contemplativa carmelitana.
E lá viveu as
coisas com toda simplicidade. Nada de superestruturas de ascese. Simplesmente
o amor. Definiu seu caminho pelo conselho de Jesus: ser uma criança
diante de Deus. O evangelho proclamado hoje relata o episódio em que os
discípulos discutiam para saber qual deles seria o maior. Jesus
sabia do que estavam falando. “Pegou, então, uma criança, colocou-a
junto de si, e disse-lhes: Quem receber esta criança em meu nome estará
recebendo a mim (…) Pois aquele que entre todos vós for o menor, esse é o
maior”.
Teresinha
rezava pelas missões, queria buscar almas para Deus, desejava mesmo
dentro da clausura oferecer preces e sacrifícios pelos missionários. Nos
últimos anos de vida sofria com hemoptises e toda sorte de enfermidades Assim,
tendo seguido o caminho da vida contemplativa, unida à Igreja, esta
propagandista da infância espiritual, tornou-se a Padroeira das Missões.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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