Comemoramos
hoje a Senhora de Guadalupe, Maria que apareceu ao humilde e bom índio
Dieguito. Nós, fiéis discípulos de Jesus, aprendemos a olhar com carinho e toda
ternura a Mãe desse que é nossa esperança e nossa vida.
A comemoração
de hoje é encantadora. A Mãe de Jesus, senhora da glória, aparece a um camponês
sincero e simples. Trata-o com ternura e pede que ali, naquele lugar, seja
erguida uma igreja. Dieguito convence o bispo e num lugar e num tempo sem
rosas, ele consegue colocar diante do pastor da diocese muitas
destas flores e no manto que as envolvia estavam gravados os traços da Senhora
de Guadalupe. Escrevendo sobre o tema o Papa Bento XIV, em 1754, relatava:
“Nela tudo é milagroso: uma imagem que provém das flores colhidas num terreno
totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros; uma imagem estampada
numa tela tão rala que, através dela, pode enxergar o povo e a nave da igreja
tão facilmente como através de um filó; uma imagem nada deteriorada nem no seu
supremo encanto, nem no brilho de suas cores, pelas emanações do lago vizinho
que, todavia, corroem a prata, o ouro e o bronze… Deus não agiu assim com
nenhuma outra nação”.
Hoje, Maria
está na glória, em corpo e alma. É a Senhora assunta. Em corpo e alma está toda
transfigurada junto do Filho. Desde começou a existir essa mulher de
Nazaré não conheceu a desordem, a desarmonia, o pecado. Tudo nela era
abertura a Deus. O seu grande refrão: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra”.
Lá está ela,
Maria do presépio, olhando os pastores simples e pobres que dizem terem sido
notificados do nascimento do Menino. Ela escuta e fica admirada. Não sabe o que
dizer. Mas guarda tudo no fundo do coração. Acompanha o crescimento do Menino
em idade, graça e sabedoria diante dos homens e diante de Deus. Vive a
vida de Nazaré, das coisas cotidianas, das coisas sem muito aparato. Tem
ela o jeito de rezar que tinha Abraão. Certamente, deixou-se impregnar pela
espiritualidade dos pobres de Javé pela recitação e ruminação dos salmos.
Acompanha de longe os passos do filho e se faz presente na hora das horas
cravando suas unhas na cruz, no leito de morte do Menino das Palhas. Depois que
tudo havia terminado no alto daquela colina, da colina do Gólgota, ela recebe
em seus braços o filho morto, esperando que Deus a arrancasse da morte.
Naquele momento, ela é a Senhora da Pietà.
Maria de
Nazaré, Maria das Bodas de Caná, Maria dos pequenos, Maria de Bernadette
Soubirous, Maria de Dieguito, Maria de Lourdes, Maria do
Advento, Maria da Visitação, Maria do Natal, Maria Aparecida… Nossa
Senhora de Guadalupe.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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