Bem-aventuranças,
o sermão da felicidade dos que querem ser discípulos de Jesus, cidadãos do
Reino! Sermão da Montanha nova, não mais do Sinai, da lei antiga.
Bem-aventurados
aqueles e aquelas que conseguem se desvencilhar do desejo de posse, da vontade
de ter e de dominar. Bem-aventurados os que se abismam vendo o abaixamento de
Jesus, que nasce na simplicidade, vive no meio de coisas simples,
aproxima-se dos pequenos, morre sem quem o defenda. Francisco de Assis
foi dos mais felizes vivendo sem nada de próprio e restituindo a Deus e aos
homens aquilo que ele recebeu. Felizes as comunidades cristãs feitas de
homens e mulheres isentos do desejo de subir por meio de louca competição.
Bem-aventurados
os que sofrem por causa da justiça, da verdade e do evangelho. Eles se
assemelham a Jesus, que foi perseguido injustamente. Felizes esses que dizem a
verdade por sua vida e por palavras e não são reconhecidos.
Felizes essas
mulheres que perdem um filho numa chacina, que perdem o marido numa briga de
torcidas de futebol, esses homens que são informados que suas esposas
“encontraram um novo amor”. Eles e elas choram, mas serão consolados.
Bem-aventurados
e felizes os que agirem com compreensão diante das faltas e pecados dos outros,
daqueles que são capazes de separar o pecado do pecador, condenando o erro mas
olhando com compreensão para o fraco que cai repetidamente em pecados. Os
misericordiosos têm traços do pai do filho pródigo em seu rosto. Estes
alcançarão misericórdia.
Felizes os que
têm coração puro e corpo transparente. Felizes esses que são simples, sem
dobras. Eles verão a Deus. Vivem na harmonia interior. Contemplam a face
do Deus puro.
Bem-aventurados
os que têm fome e sede de justiça. Os sedentos de Deus encontrarão a Deus. Os
que se alimentam sem fome não conseguem revigorar-se. Felizes são todos
esses que, mesmo com dificuldade, buscam a Deus no silêncio, no
rosto dos mais miseráveis, nas noites de vigília. Esses que têm fome e
sede de Deus serão saciados.
Para terminar,
transcrevemos um texto das Admoestações de São Francisco de Assis:
“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. O servo de
Deus não pode saber quanta paciência e humildade tem em si, enquanto está
satisfeito consigo mesmo. Mas, quando chegar o tempo em que os que deveriam
satisfazê-lo, lhe fazem o contrário, quanta paciência e humildade tiver nesse
momento, tanta tem e não mais” (Adm 15).
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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