quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O pote rachado

Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessada em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe. O pote rachado chegava apenas pela metade.

Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que havia sido designado a fazer.

Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia, à beira do poço:

- Estou envergonhado, quero pedir-lhe desculpas.

- Por quê? - perguntou o homem. - De que você está envergonhado?

- Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços - disse o pote.

O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:

- Quando retornarmos para a casa do meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho.

De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu ânimo. Mas ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha.

Disse o homem ao pote:

- Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado do caminho? Notou ainda que a cada dia enquanto voltávamos do poço, você as regava? Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa. Cada um de nós tem os seus próprios e únicos defeitos.

Todos nós somos potes rachados. Porém, se permitirmos, o Senhor vai usar nossos defeitos para embelezar a mesa de Seu Pai. Na grandiosa economia de Deus, nada se perde. Nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Basta reconhecermos nossos defeitos e eles com certeza embelezarão a mesa de alguém...

Das nossas fraquezas, devemos tirar a nossa maior força!

(Da internet. Autor desconhecido)

Abandonar-se para compreender...

Os capítulos 44 a 50 do Eclesiástico cantam as glórias de alguns dos grandes homens de Deus do Antigo Testamento: "Elogiemos os homens ilustres, nossos antepassados, em sua ordem de sucessão" (44,1). O Autor sagrado vai recordando, então, um rosário de nomes, de acontecimentos a eles ligados, que foram tecendo a história de Israel.

O que impressiona é perceber como Deus vai guiando seu povo ao seu destino, como vai direcionando as pobres existências humanas segundo o seu desígnio eterno... Como é difícil perceber a lógica de Deus:



"Mas, a mim, que difíceis são teus projetos,
Deus meu, como sua soma é grande!
Se os conto... são mais numerosos que areia!
E, se termino, ainda estou contigo!" (Sl 138/139,17-18)

Diante de um Deus que tanto os ultrapassa em seu amor, em sua sabedoria, em sua providência, somente a confiança simples e cheia de abandono pode nos fazer caminhar. Aqui, falha como traste inútil e sonho enganador toda presunção de compreender tudo, de ter Deus ao alcance das mãos, de domesticá-lo...

Aprendamos dos nossos antepassados, homens ilustres que não tiveram medo de caminhar com Deus, porque sabiam em quem tinham colocado a esperança.




Fonte: Meditações - wwwpadrehenrique.com