segunda-feira, 18 de março de 2013

#FicaAdica 71



Quem pensa nas consequências dos seus gestos sabe que as pessoas nos respeitam muito mais pelas imagens que construímos dentro delas do que pelas palavras que proferimos fora delas. E a construção que é feita dentro é que tem valor, pois é o que marca, é que fica, é o que permanece… E nessa experiência devemos ter a gentileza suficiente para não permitir que os cristais se quebrem…

Daí a importância fundamental do cuidado que devemos ter quando estamos pisando o chão sagrado da alma das pessoas. É aí que podemos ganhar o perder, elevar ou destruir… É aí que podemos construir um espaço amoroso onde o respeito, a igualdade e a liberdade devem reinar. Se você ama, então deve acolher a outra pessoa como ela é, ainda que você preferisse que ela fosse diferente…

Tenha uma ótima e produtiva semana!

Frei Paulo Sérgio, ofm

Leitura Bíblica: João 8, 12-20




“Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”.

Jesus é uma eterna interrogação.  No evangelho de hoje, temos a continuação do processo que se vai instaurando contra o Mestre pelas forças do mal. Logo do início, o Senhor se declara luz do mundo.  Transcrevemos uma luminosa página do Concílio do Vaticano II  que fala dos questionamentos do gênero humano e aponta para Jesus como aquele que esclarece, que ilumina o  sentido de viver.

“O mundo moderno apresenta-se, simultaneamente poderoso e fraco, capaz do melhor e do pior; abre-se diante dele o caminho  da liberdade ou da escravidão, do progresso ou da regressão; da fraternidade e do ódio.  Por outro lado, o homem toma consciência de que depende dele a boa orientação  das forças por ele despertadas e que podem oprimi-lo ou servi-lo. Eis porque se interroga a si mesmo.

Na verdade, os desequilíbrios que atormentam o mundo moderno estão ligados a um desequilíbrio mais profundo  que se enraíza no coração do homem.

No íntimo do próprio homem, muitos elementos lutam entre si. De um lado, ele experimenta, como criatura, suas múltiplas limitações; por outro lado, sente-se ilimitado em seus desejos e chamados a uma  vida superior.

Atraído por muitas solicitações, é continuamente obrigado a escolher e a renunciar. Mais ainda: fraco e pecador, faz muitas vezes o que não quer e não faz  o que desejaria. Em suma, é em si mesmo que o homem sofre a divisão, que dá origem a tantas e tão grandes discórdias na sociedade.

Muitos, sem dúvida, que levam uma vida impregnada de materialismo prático, não podem ter uma clara percepção  desta situação dramática; ou, oprimidos pela miséria, sentem-se incapazes de  prestar-lhe atenção.

Outros, em grande número, julgam encontrar  satisfação nas diversas  interpretações da realidade que lhes são propostas.

Alguns, porém, esperam unicamente do esforço humano  a verdadeira e plena  libertação da humanidade e estão persuadidos de que o futuro domínio  do homem sobre a terra dará satisfação a todos os desejos de seu coração.

Não faltam também os que, desesperando de encontrar  o sentido da vida, louvam a audácia daqueles que, julgando a existência humana  vazia de qualquer significado  próprio, se esforçam por encontrar todo o seu valor apoiando-se apenas no próprio esforço.

Contudo, diante da atual evolução  do mundo, cresce o número daqueles que formulam questões mais fundamentais ou as percebem com nova acuidade.  Que é o homem?  Qual é o sentido do mal, do sofrimento, do mal e da morte que, apesar de tão grandes progressos, continuam a existir?  Para que servem semelhantes  vitórias, conseguidas a tanto custo? Que pode o homem dar à sociedade e dela esperar? Que haverá depois desta vida terrestre?

A Igreja, porém, acredita  que Jesus Cristo, morto e ressuscitado por todo o gênero humano, oferece ao homem, pelo Espírito Santo, luz e forças que lhe permitirão corresponder  à sua vocação suprema:  ela crê que não há debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possam ser salvos.

Crê igualmente que a chave, o centro e o fim de toda a história humana encontra-se em seu Senhor e Mestre.

A  Igreja  afirma, além disso, que, subjacente a todas as transformações, permanecem imutáveis muitas coisas que têm seu  fundamento último  em Cristo, o mesmo  ontem, hoje e sempre”.  Gaudium et  Spes,  9-10

Frei Almir Ribeiro Guimarães