quinta-feira, 22 de novembro de 2012

#FicaAdica 49



Feliz a pessoa que consegue ser honesta consigo mesma e, depois, utiliza também da honestidade para com as pessoas de seu grupo de convivência. A honestidade faz-nos caminhar para dentro de nossa individualidade, permitindo que sejamos também misericordiosos com nossos próprios limites e falhas. Ser honesto não significa não cometer erros. Ser honesto significa assumir as fragilidades e crescer na consciência de responsabilidade e hombridade.

Quem é honesto consigo mesmo é capaz de acolher as falhas das pessoas, permitindo que elas reflitam e cresçam a partir dos próprios erros. A honestidade é algo que vamos cultivando em nossa vida, não como algo que escraviza, mas como um compromisso para uma existência mais livre e responsável. Ser honesto é ter autonomia suficiente para discernir bem as escolhas, optar pelos caminhos que levam a uma vida coerente e comprometida com o destino maior da própria humanidade.

Frei Paulo Sérgio, ofm

Leitura Bíbilica: Apocalipse 5, 1-10; Lucas 19,41-44


Tanto na primeira leitura quanto no Evangelho deste dia aparecem as indicações de chorar e de choro. Podemos chorar de dor física, de mal-estar da mente ou da alma. Pode haver um choro de alegria em que as lágrimas se misturam com o júbilo. Há o choro do doente que sente dores e da criança que busca pela mãe.

Vejamos de que lágrima nos fala o Apocalipse: “Ninguém no céu e na terra, nem debaixo da terra era digno de abrir o livro ou de ler o que nele está escrito. Eu chorava muito, porque ninguém foi considerado digno de abrir ou de ler o livro”. Na realidade, o Cordeiro que estava no centro, de pé, como que imolado é que poderia abrir o livro. Ele estava de pé, como imolado e ressuscitado. E todos se prostraram diante dele, desse que havia morrido na cruz e agora era o ressuscitado. Conhecemos o hino cantado ao Cordeiro naquele momento: “Tu és digno de receber o livro e abrir os seus selos, porque foste imolado e com teu sangue adquiriste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação”. “Um dos anciãos me consolou: ‘Não chores! Eis que o leão da tribo de Judá, o rebento de Davi, saiu vencedor. Ele pode romper os selos e abrir o livro”. O choro se transforma em alegria com a vitória do Cordeiro sobre a morte.

No evangelho aparece um plangente lamento de Jesus. Ele chega Jerusalém e chora diante de sua cidade. O tempo ia passando e a cidade não reconhecera a visita do Senhor. Há, é claro, uma alusão à destruição da cidade pelas forças inimigas. Jesus chora de pena porque a cidade será dizimada. Mas podemos pensar nesse Jesus que vai se aproximando do tempo de sua paixão e morte e constata que sua cidade não escutara sua voz. Vidas e histórias não ouviram a voz de Jesus, não compreenderam aquilo que lhes poderia dar a paz. Jerusalém não conheceu o tempo da visitação de Deus.

Felizes aqueles que compreendem que o Cordeiro imolado e ressuscitado é forte razão para que vivamos numa profunda alegria, ele somente ele, é digno de abrir as páginas do livro da Igreja e de cada um de nós. Felizes aqueles que entendem as visitas do Senhor e conhecem o tempo em que estão sendo visitados.

Frei Almir Ribeiro Guimarães