terça-feira, 25 de setembro de 2012

Caras sorridentes


“Não esqueças - dizia São Josemaria Escrivá - que, às vezes, faz-nos falta ter ao lado caras sorridentes” (Sulco, n. 57).

Ele o recomendava, e (sou testemunha disso) praticava-o em favor dos outros todos os dias. Costumava dizer, por experiência própria, que, em muitas ocasiões, “sorrir é a melhor mortificação”, porque custa. Sim, pode nos custar, custar muito, sobretudo nos dias em que não nos sentimos bem ou andamos aflitos e preocupados, mas o esforço sacrificado de tentar sorrir por amor - por amor a Deus e por amor aos outros -, passando por cima das dificuldades, constitui um belo serviço, pois torna mais amável e alegre a vida dos que convivem conosco.

É estranho, mas alguns pensam que sorrir sem ter vontade é hipocrisia. Não é verdade. Por exemplo, fazer o esforço, no lar, de sorrir para evitar preocupações, angústias, tormentos, mau humor ao marido, à mulher, aos filhos, é um grande ato de amor. O sorriso afetuoso dissipa nuvens, desarma irritações, abre uma nesga de céu por onde pode entrar o sol da alegria e o bom humor.

Por isso, deve-se lutar, esforçadamente, para não privar desse bem os outros. Sorrir não é só uma reação espontânea, uma atitude “natural” que não se pode controlar; pode - e deve, muitas vezes - ser um ato voluntário de amor, praticado com esforço consciente, pensando no bem dos outros.

A este propósito, gosto de recordar um cartão de Boas-Festas que um padre amigo me mandou em fins de 1992. Era uma folha de papel simples, xerocada na paróquia, e trazia uma espécie de poema. Não sei se era da autoria dele ou se o tomara emprestado de alguma publicação ou da internet. Seja como for, o conteúdo era muito simpático. Debaixo do cabeçalho – UM SORRISO -, vinham as seguintes frases:



- “Não custa nada e rende muito."
- “Enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o dá."
- “Dura somente um instante, mas os seus efeitos perduram para sempre."
- “Ninguém é tão rico que dele não precise."
- “Ninguém é tão pobre que não o possa dar a todos."
- “Leva a felicidade a todos e a toda a parte."
- “É símbolo da amizade, da boa vontade, é alento para os desanimados, repouso para os cansados, raio de sol para os tristes, ressurreição para os desesperados."
- “Não se compra nem se empresta."
- “Nenhuma moeda do mundo pode pagar o seu valor."
- “Não há ninguém que precise tanto de um sorriso como aquele que já não sabe sorrir."
- “Quando você nasceu, todos sorriram, só você é que chorava. Viva de tal maneira que, quando você morrer, todos chorem e só você sorria."
 
Padre Francisco Faus, www.padrefaus.org/

Eu falo com Deus (3)



Meu amado Jesus, Amor perfeito, capacita-me para amar, ensina-me a amar o meu próximo nas grandes ocasiões e no ordinário da vida.

O amor que vem de Deus não guarda rancor, suporta o desprezo e a decepção, perdoa injustiças, difamações e traições.

Que eu não tenha medo de amar e correr os riscos próprios da decisão de viver o amor.

Que eu seja como Santa Faustina, que dizia: “Quando não sei como proceder em alguma coisa, pergunto sempre ao amor: ele é o melhor conselheiro”.



“Não fiqueis devendo nada a ninguém... a não ser o amor que deveis uns aos outros, pois quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei” (Rm 13,8)



Do Livro “Eu falo com Deus”, de Marina Adamo





Leitura Bíblica: Lucas 8, 19-21


“Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8,21)

O Evangelho de hoje vem nos mostrar que se quisermos atender ao chamado de Jesus para fazermos parte de Sua família, necessariamente temos que ouvir a Palavra de Deus e colocá-la em prática.

Esse texto apresenta a pessoa de Maria, mãe de Jesus, e os seus parentes. Num primeiro instante, Jesus responde a uma pergunta de forma que muitos pensam que ele está menosprezando sua mãe, mas, melhor compreendendo o texto, vemos que aconteceu o contrário. Jesus aponta Maria como maior modelo de filha ajustada ao plano de Deus a ser seguido por todos nós.

Os evangelistas quiseram falar sobre esse evento para que nós entendêssemos a importância daquela que foi a primeira, na Anunciação, a dizer “sim” ao projeto do Pai. A obediência de Maria, sua confiança, humildade e fé fizeram dela um referencial para quem deseja pertencer ao Reino do céu. Aliás, esse não é o único evento mencionado pelos evangelistas em que Jesus trata sua mãe dessa forma. O que não dizer da participação de Maria nas Bodas de Caná (João 2) e como não lembrar da resposta de Jesus a uma mulher que levantou a voz em meio a multidão: “felizes, sobretudo, são os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lucas 11,28)?

Percebemos a humildade de Maria em todos os eventos descritos pelos evangelistas, a qual não se vale de sua condição de mãe de Jesus para adentrar nos espaços ocupados por Ele. Pelo contrário, se submete à vontade do Pai também nos anos em que Jesus saiu a pregar a Boa Nova da salvação. No tempo em que Jesus não tinha onde reclinar a cabeça, a sua Mãe não tinha onde reclinar o seu coração, pois que se viu distante do seu filho amado. Mas como sabia que ali estava o Salvador, que tudo aquilo tinha que acontecer, obedeceu... Maria precisou renunciar a tudo para fazer a vontade do Pai, dando ao mundo o Seu filho, o Salvador. Jesus ensinou a Maria a renunciar a si mesma. Da mesma forma, conduziu-a na caminhada para completar a vontade do Pai.

Termino esta reflexão com as palavras de Bento XVI: “Nossa Senhora é palavra de escuta, palavra silenciosa, mas também palavra de louvor, de anúncio, porque na escuta a Palavra se torna de novo carne e assim torna-se presença da grandeza de Deus”.

Neste dia, peçamos a Maria que estenda a sua mão materna para nós, levando-nos consigo e ensinando-nos a sermos pessoas de escuta, de louvor, de anúncio da Palavra, passando, assim, a fazermos parte da família de Jesus, da sua família.