segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Falando com Deus (1)




Senhor Jesus, peço-Te a graça de saber amar como o Senhor ama.

Ensina-me a amar, meu amado Jesus.

Senhor, como é difícil viver o amor somente com a nossa capacidade humana, por isso necessito da Tua ajuda para viver o amor paciente, que sabe esperar o tempo certo para cada coisa; o amor bondade, que sabe ver algo de bom nas pessoas e que dedica tempo aos outros com atos de bondade; o amor sem egoísmo, que não é possessivo, que é capaz de ver e pensar no outro, preocupado com o bem comum; o amor que tudo perdoa, que não se ressente do mal e nem alimenta a vingança; o amor que tudo espera, que sempre tem esperança e nunca desanima; o amor que tudo suporta, que é capaz de amar mesmo sem ser amado e que persevera diante de todos os obstáculos.



“O amor é paciente, é benfazejo. 
Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo” 
(1Cor 13,4.7)



Do Livro “Eu falo com Deus”, de Marina Adamo

Impressão das Chagas em São Francisco


Leituras para hoje: Gálatas 6,14-18; Lucas 9,23-26

Os franciscanos comemoram hoje uma festa que lhes é particularmente cara ao coração:  a impressão das chagas do Senhor Jesus em Francisco de Assis.  As leituras acima mencionadas são próprias do Lecionário Franciscano. Paulo faz uma declaração solene no final de sua carta aos cristãos da Galácia:  não quer gloriar-se de outra coisa senão da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.  Diz que está crucificado para o mundo. Quem não seja molestado por ninguém porque traz em seu corpo as marcas de Jesus.  Lucas, no evangelho hoje proclamado,  recorda que os discípulos carregam a cruz de Cristo.  Não há como escapar dela.

Francisco ia fazendo sua caminhada. O Senhor o chamara para uma vida de extremo seguimento de Jesus.  O Pobrezinho foi mostrando docilidade e ao longo do tempo e foi vivendo os mistérios de Cristo. Quase no final de sua vida, em 1224, volta do Oriente, cansado, adoentado.  Experimenta também um mal-estar ao ver que o grande número dos frades  fez com que o primeiro fervor se arrefecesse. Entrega a um frade o governo da Ordem. Retira-se da cena.  Quer viver mais em intimidade com o Senhor.  Resolve fazer a quaresma de São Miguel no Monte  Alverne que lhe havia sido dado por um benfeitor agradecido. Está por volta da festa da Exaltação da Santa Cruz.  Leva consigo Frei Leão, a “ovelhinha querida”, como dizia.  Na paisagem agreste e severa do Monte queria estar com o Senhor. Aos poucos, no silêncio do lugar, diante de paisagens deslumbrantes, com frio e calor, com verde e  folhas secas  vai fazendo vir à tona o melhor de sua história e de sua trajetória.  Procura estar com o Senhor, sempre com o Senhor, pede que  Leão reze com ele. Está debilitado, com as vistas quase extintas e cheio de dores.  Na proximidade da festa da cruz exaltada recebe uma visita do alto.  Há um anjo em forma de Cruz, o crucificado em forma de anjo, um serafim ardoroso em forma de Cristo.  A visão era ardorosa.  Falava por si de amor e de ardor.  Na contemplação de tal visão,  Francisco se dá conta que em suas mãos, nos pés e no coração  há vestígios das chagas de seu Amado Senhor.  Francisco poderia dizer com toda verdade, com Paulo:  “Trago em meu corpo as marcas de Jesus”.

Sim, ao longo de sua vida Francisco fora se identificando com Cristo, ganhando a forma do Filho de Deus. Com a impressão das Chagas não era mais Francisco que descia a montanha do Alverne.  Era Francisco feito Cristo, imagem do Cristo.

Frei Almir Ribeiro Guimarães