domingo, 5 de agosto de 2012

#FicaAdica21

Jesus sempre quer nos dar o melhor, o essencial; quer que fiquemos sempre com a melhor parte. Em contrapartida, uma vez que sabemos disso, devemos pedir ao Senhor o que é essencial e salutar para a nossa vida, como o salmista nos ensina: “Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo” (Salmo 26,4).

Não podemos ter medo de pedir a Deus o essencial, pensando que, daquele momento em diante, vamos levar uma vida simplória e inexpressiva. É bem o contrário disso, pois o essencial é divino e o Senhor quer nos conceder do que Lhe é próprio, porque Ele tem reservada a vida eterna para nós. Todas as outras coisas virão por acréscimo

Luzia Santiago


Fica a dica!

Morrer de velhice

Dona Isaura, professora mais do que admirada, tem 98 anos e exceto pela visão , a saúde impressiona. Esses dias, dei-lhe um beijo e lhe perguntei como ia. Puxou-me para perto e me disse ao ouvido:

-Não vou, e não é porque não quero, mas porque Deus não está querendo me levar!

Brinquei com ela, dizendo que, como somos egoístas, estamos pedindo a Deus que a conserve um pouco mais entre nós e Deus está atendendo. Ela riu aquele riso lento e cadenciado dos velhos e retrucou:

-Pois tratem de pedir outra coisa. Eu estou deslocada. Não tenho mais assunto para os de hoje e os assuntos de hoje não mexem mais comigo. Sou de outra época e meu lugar é o céu, onde já estão todos os que pensam como eu penso! Sou um velho camelo-fêmea cansada que já atravessou o deserto, já bebeu toda a água que armazenou e agora, quer mais é passar pela porta definitiva.

Não tem nenhuma dúvida. Isso aqui ela já conhece. Teve 98 anos para isso. Agora está curiosa para saber como é a eternidade. E deu a mais bonita definição de morte que já ouvi: – Morrer de velhice é atravessar a porta do futuro e matar a curiosidade de quem já viu o que tinha que ver. Finalmente vou ver alguma coisa nova! O mundo é mais velho do que a eternidade,porque a eternidade não envelhece. Envelheci, mas não fiquei velha. Fiquei foi curiosa!

Pe. Zezinho,  scj.
Site www.padrezezinhoscj.com

O alimento que nutre de verdade

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

Longa a caminhada por ocasião do Êxodo do Egito até a Terra da Promissão. Esta foi uma das mais grandiosas aventuras da fé vividas por um Povo que Deus foi conquistando para si.

Houve o desejo de libertação. Moisés animou o povo a sair e, segundo os desígnios de Deus,  liderou  toda a caminhada.  Depois da festa da partida veio o longo caminhar por sendas  pouco conhecidas,  sempre se esperando os sinais de Deus.  Longa e penosa caminhada  que fez com os israelitas tivessem saudades das panelas da terra da escravidão e das cebolas do Egito.  “Quem dera que tivéssemos morrido  pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura!”.  O tempo da travessia é longo demais. O Senhor vem em socorro dos seus.  “Com efeito à tarde veio um bando e codornizes e cobriu o acampamento; e, pela manhã  formou-se uma camada de orvalho ao redor do acampamento. Quando se evaporou o orvalho que caíra, apareceu na superfície do deserto uma coisa miúda em forma de grãos, fina como a geada sobre a terra”.  E Moisés:  “Isto é o pão que Senhor vos deu como alimento”.  Era possível continuar a caminhar.  Como Elias ganhou ânimo  quando deitado à sombra de uma árvore viu um jarro com água e um pedaço de pão.

Pão, fome, saciedade… Jesus vai se designar de Pão da Vida.  Muitos dos seus contemporâneos o procuravam porque viam os milagres que ele havia feito… Porque saciara a fome da multidão.  Quando buscarão o pão que dura para sempre?

Jesus, filho de Maria e dom do Pai aos homens, vem alimentar a nossa caminhada e a nossa história. Vem nos propor  um caminho de plenitude: que as pessoa se desvencilhem  do ego, vendam ilusões e bens, andem atrás dele e sintam fome do sopro de sua vida que vem o Espírito que dá carne a ossos ressequidos.  Felizes os errantes e nômades que encontram, no deserto da vida e no êxodo da existência, esse que se designou de Pão da Vida.

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

Impossível, neste contexto, não pensar na Eucaristia.  Ali, na peregrinação da vida até a Terra da Promissão  os nômades, andarilhos, com cajado à mão, se revigoram…Aquele pão foi dado no altar da cruz para a vida do mundo… E agora sobre mesa da toalha branca  é mais do que o maná… E os andarilhos se fazem uma só oferenda com aquele que tornou o Pão dos fracos.

“Considera agora qual deles é de maior valor o pão dos Anjos ou a carne de Cristo, que é o Corpo da vida. Aquele maná vem do céu; este  está acima do céu. Aquele, do céu; este, do Senhor dos céus. Aquele é corruptível, se guardado para o dia seguinte; este é totalmente imune de corrupção e quem o tomar piedosamente não poderá experimentar a corrupção. Para aqueles brotou a água da pedra; para ti, o sangue de Cristo. Àqueles, por um momento a água saciou; a ti o sangue de Cristo refrescar para sempre”  (Santo Ambrósio de Milão).


Frei Almir Ribeiro Guimarães – site www.franciscanos.org.br