quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

#FicaAdica 55



A alegria deve nos motivar para a retidão e a bondade em nosso pensar e em nosso agir, pois como cristãos, somos enviados a transformar a sociedade humana. Portadores da verdadeira alegria, devemos fazê-la sempre mais conhecida através de nossos gestos e ações. A verdadeira alegria consiste em fazer o bem, colocar nossos dons e talentos à serviço da vida. Tal experiência gera maior compromisso, solidariedade e amor entre as pessoas.

Daqui a alguns dias, estaremos celebrando o nascimento de Jesus. Isso deve nos alegrar sobremaneira e dar um novo ânimo à nossa vida. Quem foi atingido pela luz divina está sempre na busca daquilo que bom, correto, saudável, feliz… Quem já fez um encontro transformador com Jesus procura assumir o jeito divino, e, assim, torna-se sinal desse amor que é capaz de transformar vidas e plenificar de sentido a própria jornada humana…

Frei Paulo Sérgio, ofm

Leitura Bíblica: Lucas 1,5-25

“Não tenhas medo, Zacarias, porque Deus ouviu tua súplica. Tua esposa, Isabel, vai ter um filho, e tu lhe darás o nome de João. Tu ficarás alegre e feliz, e muita gente se alegrará com o nascimento do menino, porque ele vai ser grande diante do Senhor. Não beberá vinho nem bebida fermentada e, desde o ventre materno, ficará repleto do Espírito Santo”


Neste Evangelho, nós temos outra “anunciação”. O mensageiro divino manifesta ao sacerdote Zacarias, junto do altar, que lhe seria dado um filho em plena velhice. Entre os traços desse menino, diz ele será “cheio do Espírito Santo”. Como em toda vida humana, o nascimento de João corresponde a uma vocação necessária. Deus “precisa” de alguém que prepare o povo para a vinda do Messias. João foi o escolhido. Mas o esforço humano, habilidades e dedicação são insuficientes para o cumprimento de nossa missão. Por isso mesmo, o menino será dotado da plenitude do Espírito de Deus. É com tal dinamismo que ele exercerá o seu papel na história dos homens.

A mesma expressão aparecerá após Pentecostes, em situações registradas nos Atos dos Apóstolos, seja na vida de Pedro (At 4,8), de Estevão (At 7,55), de Paulo (At 9,17; 13,9), de Barnabé (At 11,24) ou dos discípulos em geral (At 2,4; 4,31; 6,3; 13,52). A cooperação entre o Espírito e a Igreja (cf. At 9,31) é que permitirá a expansão do Evangelho e o crescimento da Igreja de Cristo. A Igreja primitiva tinha a consciência muito clara de que não realizava uma tarefa humana, mas agia impelida pelo Espírito de Deus, sem o qual se veria incapaz para a missão.


São Paulo insiste nessa evidência: “Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele.” (Rm 8,9.) Nem mesmo a oração – que pareceria tarefa bem fácil – levaremos adiante sem a mesma sustentação: “Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza, porque não sabemos o que devemos pedir nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. E Aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus.” (Rm 8,26-27.)


Em nossos tempos, é comum o engano de iniciar projetos – mesmo dentro da Igreja – quando se conta apenas com as forças e recursos humanos. Como resultado, muita agitação, muito cansaço, muitos fracassos. Os santos, ao contrário, mesmo sem dinheiro e sem o apoio dos poderosos, ergueram obras admiráveis para servir em especial aos pequeninos deste mundo. E nós? Com quem estamos contando para cumprir a nossa missão? Abrimo-nos à ação do Espírito em nossas vidas?


Orai sem cessar: “Vinde, Espírito Santo!”


Antônio Carlos Santini, Comunidade Católica Nova Aliança