quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Da solidão ao encontro que salva



“Não vos embriagueis com vinho [...], 
mas enchei-vos do Espírito” 
(Ef 5,18)

O convite que hoje nos impulsiona é permitir que o Espírito Santo nos ajude em nossas fraquezas: amarguras, irritações, cólera, injúrias, reclamações, toda espécie de maldade.

A própria Palavra nos exorta: “Desapareça do meio de vós [tudo isso]” (cf. Ef 4,31).

A experiência de Jesus que está em nosso meio, do Verbo Encarnado descido do alto para penetrar na miséria humana e que vive na pessoa de cada um de nós, fará deste dia um verdadeiro encontro com o próximo e com o próprio Libertador, dando assim lugar ao louvor, à alegria do perdão, à caridade e à generosidade de coração.

“Sede bondosos e compassivos uns para com os outros...”

Abramo-nos à vida nova! Abramo-nos ao amor!

Jesus, eu confio em vós!

Do Livro “Comece Bem o Seu Dia”, Luzia Santiago

Leitura Bíblica: Filêmon 7-20


Lemos hoje um trecho da Epístola a Filêmon. Na realidade trata-se de um bilhete com 25 versículos.  Paulo pede que Filêmon acolha bem o seu escravo fugitivo Onésio  que buscou apoio em Paulo prisioneiro.

“Eu, Paulo, velho como estou e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, faço-te um pedido em favor do meu filho que fiz nascer para Cristo, na prisão, Onésimo”.

Onésio havia fugido da casa de Filêmon.  A finalidade da carta é dispor Filêmon a receber  bem de volta seu escravo fugitivo.  Paulo quer que se estabeleça entre Onésio e  Filêmon relacionamento de amor.

“Eu o estou mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração.  Gostaria de tê-lo comigo, a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim nesta prisão que eu devo ao evangelho”. Ai esta um Paulo terno.  Que bela essa imagem: Onésimo era como se fosse o próprio coração de Paulo.  No fundo o Apóstolo respeita Filêmon, mas teria muito gosto de conviver com o escravo livre, que Paulo gerou para a vida divina.  Que júbilo no coração do evangelizador!

O amor de Paulo por Onésimo é muito grande.  Ele pede que Filêmon de fato o receba e o receba bem.  “Assim como estás em comunhão comigo, recebe-o como se fosse a mim mesmo. Se em alguma coisa ele te prejudicou ou se alguma coisa te deve, põe na minha conta”. Estamos diante de um concretíssimo gesto de amor. Filêmon deve ter ficado impressionado com as disposições de Paulo com seu escravo fugitivo.  “Eu pagarei, para não dizer que tu mesmo me deves a própria vida”.  Todo o espírito desse bilhete  é caracterizado por um amor sem limites de Paulo.

E assim termina: “Sim, irmão, deixa que eu te  explore no Senhor.  Conforta em  Cristo meu coração”.

Concluamos com palavras do comentarista do Missal  Cotidiano da Paulus:  “O batismo liberta Onésimo de toda e devolve-o a Paulo e ao antigo amo, na qualidade de “irmão caríssimo”.  A “nova humanidade cristã”  liberta o homem de toda forma de escravidão e faz de todos  “filhos de Deus” chamados a conviver livremente, todos juntos, vinculados pelo amor fraterno”  (p. 1488).

Frei Almir Ribeiro Guimarães