domingo, 8 de julho de 2012

#FicaAdica 5


O Senhor, que pôs nas aves o instinto de se lançar das grandes alturas, também lhes deu asas para voar, encheu de ar os abismos para sustentá-las e colocou ao seu lado pai e mãe para ampará-las com o seu corpo, caso aconteça de seu voo falhar.

Aquele que sustenta as aves do céu fará por nós coisas ainda maiores. Ele mesmo nos vai amparar e levantar bem alto o nosso voo, assim que tivermos a coragem de nos lançar em obediência à sua Palavra e a confiança de nos arriscar em suas promessas.

Márcio Mendes


# Fica a Dica




E depois, Senhor?

Um homem de negócios americano, no ancoradouro de uma aldeia da costa mexicana, observou um pequeno barco de pesca que atracava naquele momento trazendo um único pescador. No barco, vários grandes atuns de barbatana amarela. O americano deu os parabéns ao pescador pela qualidade dos peixes e lhe perguntou quanto tempo levara para pescá-los.

- Pouco tempo, respondeu o mexicano.

Em seguida, o americano perguntou por que é que o pescador não permanecia no mar mais tempo, o que lhe teria permitido uma pesca mais abundante.

O mexicano respondeu que tinha o bastante para atender às necessidades imediatas da sua família.

O americano voltou a carga: - Mas o que é que você faz com o resto do seu tempo?

O mexicano respondeu: - Durmo até tarde, pesco um pouco, brinco com os meus filhos, tiro a siesta com a minha mulher, Maria, vou todas as noites à aldeia, bebo um pouco de vinho e toco violão com os meus amigos. Levo uma vida cheia e ocupada, senhor.

O americano assumiu um ar de pouco caso e disse: - Eu sou formado em administração em Harvard e poderia ajudá-lo. Você deveria passar mais tempo a pescar e, com o lucro, comprar um barco maior. Com a renda produzida pelo novo barco, poderia comprar vários outros. No fim, teria uma frota de barcos de pesca. Em vez de vender pescado a um intermediário, venderia diretamente a uma indústria processadora e, no fim, poderia ter sua própria indústria. Poderia controlar o produto, o processamento e a distribuição. Precisaria deixar esta pequena aldeia costeira de pescadores e mudar-se para a Cidade do México, em seguida, para Los Angeles e, finalmente, para Nova York, de onde dirigiria a sua empresa em expansão.

- Mas, senhor, quanto tempo isso levaria? - perguntou o pescador.

- Quinze ou vinte anos - respondeu o americano.

- E depois, senhor?

O americano riu e disse que essa seria a melhor parte. - Quando chegar a ocasião certa, você poderá abrir o capital da sua empresa ao público e ficar muito rico. Ganharia milhões.

- Milhões, senhor? E depois?

- Depois - explicou o americano - você se aposentaria. Mudaria para uma pequena aldeia costeira, onde dormiria até tarde, pescaria um pouco, brincaria com os netos, tiraria a siesta com a esposa, iria à aldeia todas as noites, onde poderia beber vinho e tocar violão com os amigos...

- Mas senhor, eu já faço isso!



Fonte: internet

A fragilidade e a força dos profetas

“Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”

Onde estão os profetas?  Será que a Igreja está sendo, aos olhos do mundo, encarnação da mensagem dos profetas e sobretudo do  profeta Jesus da Galiléia?  Uma Igreja vigorosa será aquela que se  faz na  esteira, na força e na aparente fragilidade dos profetas.

A leitura de Ezequiel proclamada na liturgia de hoje  fala do nascedouro e da vocação do profeta.   Ezequiel se sente possuído por um espírito. É convocado, chamado para uma missão. O espírito o põe de pé.  Belo ver as representações dos profetas de pé, com rosto forte e firme, semblantes rijos e decididos.  O profeta é enviado aos israelitas, homens e mulheres de coração de pedra e de cabeça dura. O profeta sabe que precisa falar. Quer escutem ou não escutem essas pessoas saberão que um profeta, um enviado da parte de Deus, esteve no meio deles.  Deus renova o mundo e a Igreja pela voz dos profetas. “A esses filhos de cabeça dura e coração de pedra vou-te enviar, e tu lhe dirás: ‘Assim diz o  Senhor Deus’ .  Quer te escutem, que não  – pois são um bando de rebeldes -, ficarão sabendo que houve entre eles um profeta”.

Jesus, no evangelho de Marcos hoje proclamado, se apresenta em Nazaré, sua cidade natal. Não o faz como quem meramente visita sua família. Vai na qualidade de profeta, com seus discípulos, como Rabi, com sabedoria e autoridade.  As pessoas estranham tais dotes porque conhecem suas origens humildes. Sua gente se escandaliza com ele e não o aceita. Era um profeta muito frágil para merecer crédito. Jesus não pode fazer milagres. Saiu decepcionado. “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre os seus parentes e familiares”. Ali a voz de Jesus, voz que denuncia o mal e constrói a verdade e o bem  não pôde ser ouvida.  Jesus admirou-se da falta de fé de sua gente e passou a percorrer os povoados vizinhos, ensinando. O profeta forte não é levado em consideração.  Ele é apenas o filho de José.

Paulo   exerce também a missão de profeta que denuncia e anuncia. Seu ministério é fecundo e impressionante.  Experimenta fraquezas e fragilidades e lhe é revelado: “Basta-te a minha graça. Pois é na fraqueza que a força se manifesta”.  Paulo compreende que gloriando-se de suas fraquezas terá nele a força de Cristo.  A força do profeta está em sua fragilidade.

Estamos vivendo um delicado momento da vida da Igreja. Necessitamos de profetas com ardor e fogo.  Os sacerdotes e responsáveis pela animação das comunidades haverão de ser pessoas cheias de amor e de intimidade com o Senhor para poderem atingir, com palavras e testemunho, os corações empedernidos e iluminar o caminho dos perplexos.  Precisamos homens e mulheres  com forte densidade humana e grande amor pelo Senhor para constituírem casais luminosos e sólidos formadores de famílias que evangelizem a cultura atual.  Nas pastorais precisamos apontar para um novo que pode e deve explodir  e não apenas para a repetição do obvio. Precisamos de profetas que não estejam preocupados com o próprio protagonismo e façam a experiência de Paulo:  “Quando eu me sinto fraco é que sou forte”.


Frei Almir Ribeiro Guimarães