quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sereis odiados por minha causa


Jesus predisse e aconteceu, acontece e acontecerá. Milhares morreram ou foram odiados por ter defendido a decência, a inocência, a coerência e a justiça. Alguém não gostou e prendeu, caluniou ou mandou matar. Os que não morreram mártires amargaram punições, degredos, mordaças e campanhas absurdas contra sua dignidade.

Mahatma Ghandi, Luther King, Mandela, Helder Câmara, Paulo Arns e até Madre Tereza foram pichados e caluniados pelos seus desafetos, porque ousaram dizer que discordavam, ousaram propor outro caminho e outras maneiras de viver. E não esqueçamos Jesus, Isaias, Jeremias e Davi. A este é atribuído o salmo  “odiaram-me sem motivo”.

Recentemente uma senhora querida e popular no condomínio, culta, suave, ex-catedrática de universidade, já nos 77 anos de uma vida toda voltada para os outros, viu-se às voltas com uma campanha sórdida. Ela estaria recebendo homens em casa… Magoada,pensou em mudar-se. Falou comigo e ponderei que, se ela cedesse, quem criou a calúnia teria vencido. E ninguém naquele condomínio tinha o seu currículo. Seu silêncio venceria.

A causa? Surpreendeu um casal passando droga a adolescentes, foi lá e ameaçou denunciá-los se tornasse a ver crianças do bairro entrando na casa deles. Eles se anteciparam, espalhando que ela tinha sido prostituta e fora amante de um famoso governador de São Paulo. A calúnia pegou. Levou sete meses até que outro casal, tios de uma das meninas, fotografasse o vai e vem de crianças na casa. Ou saiam por bem ou iriam para a cadeia. O casal mais que depressa mudou de condomínio.

Restaurada a verdade, ela voltou à sua paz, mas foram sete meses de inferno. Até vizinhas e amigas pararam de cumprimentá-la. Tudo porque fizera o que tinha que fazer; reagira contra o comportamento errado de um casal e exigira que mudassem de atitude ou fossem morar noutra vizinhança. O ódio dos dois contra ela era virulento. Não podiam provar nada, mas quando alguém provou quem eles eram, fugiram, não sem ameaçá-la de morte. O rapaz morreu meses depois num ajuste de contas com traficantes.

Pode acontecer com você de ter que reagir quando alguém passa do limite lá onde você atua. Se tiver medo das consequências, sente-se ao sofá, veja sua televisão comendo sua pipoca; não diga nada, faça de conta que não é com você e continue popular e querido no bairro. E se conseguir dormir em paz, durma.

Mas, se tiver que agir, aja. Se for pregador da fé, ou recorra ao silêncio covarde de quem deixa como está para ver como é que fica, ou vá lá e fale! Não é possível ser amado por todo mundo. Nem Jesus o foi. E ele não tinha ficha suja! Mas inventaram pecados gravíssimos contra ele. Ainda hoje garantem que ele teve um caso com Madalena. E sabe o que é pior? Ainda há quem acredite!


Pe. Zezinho - http://www.padrezezinhoscj.com

O meu pastor é o Senhor


“O Senhor é meu pastor,
nada me falta.
Ele me faz descansar em verdes prados,
a águas tranquilas me conduz”

(Sl 23,1-2)

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Ó, Senhor, como é bom ter um pastor que cuida de mim! Que me conhece, sabe o meu nome e até o meu andar.

Que me carrega no colo quando estou machucado, me faz repousar em verdes prados, sacia a minha sede, mesmo quando estou no deserto.

O Senhor é meu pastor, portanto, nada me faltará.


Do Livro “Deus Fala com Você”, de Marina Adamo