terça-feira, 28 de agosto de 2012

Santo Agostinho, Bispo e Doutor da Igreja



Hoje, fazemos memória a Santo Agostinho de Hipona, Bispo e Doutor da Igreja. Santo Agostinho nasceu em Tagaste (África), no ano 354. Depois de uma juventude perturbada, quer intelectualmente quer moralmente, converteu-se à fé e foi batizado em Milão por Santo Ambrósio no ano 387. Voltou à sua terra e aí levou uma vida de grande ascetismo. Eleito bispo de Hipona, durante trinta e quatro anos foi perfeito modelo do seu rebanho e deu-lhe uma sólida formação cristã por meio de numerosos sermões e escritos, com os quais combateu fortemente os erros do seu tempo e ilustrou sabiamente a fé católica. Morreu no ano 430.

Partilho aqui um trecho do livro “Confissões”, de Santo Agostinho:


Ó eterna verdade e verdadeira caridade e cara eternidade!

Ó eterna verdade e verdadeira caridade e cara eternidade! Tu és o meu Deus, por ti suspiro dia e noite. Desde que te conheci, tu me elevaste para ver que quem eu via, era, e eu, que via, ainda não era. E reverberaste sobre a mesquinhez de minha pessoa, irradiando sobre mim com toda a força. E eu tremia de amor e de horror. Vi-me longe de ti, no país da dessemelhança, como que ouvindo tua voz lá do alto: “Eu sou o alimento dos grandes. Cresce e me comerás. Não me mudarás em ti como o alimento de teu corpo, mas tu te mudarás em mim”.

E eu procurava o meio de obter forças, para tornar-me idôneo a te degustar e não o encontrava até que abracei o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus (1Tm 2,5), que é Deus acima de tudo, bendito pelos séculos (Rm 9,5). Ele me chamava e dizia: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). E o alimento que eu não era capaz de tomar se uniu à minha carne, pois o Verbo se fez carne (Jo 1,14), para dar à nossa infância o leite de tua sabedoria, pela qual tudo criaste.

Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu, fora. E aí te procurava e lançava-me nada belo ante a beleza que tu criaste. Estavas comigo e eu não contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam, se não existissem em ti. Chamaste, clamaste e rompeste minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz.



O silêncio é eloquente!


“Escutai bem o que diz o Senhor” (Mq 6,1)

Muitas vezes nos queixamos de não conseguir escutar a voz de Deus. Na verdade, somos muito barulhentos interior e exteriormente.

“Ninguém está seguro quando fala, se não gosta do silêncio” (Imitação de Cristo 20).

Precisamos nos silenciar para compreender o que o Senhor tem a nos falar. Ela fala conosco a todo momento e em todas as circunstâncias, porém não conseguimos escutá-lo, porque falamos muito e somos agitados.

“Fecha a porta atrás de si, e chama teu Jesus, teu Bem amado. Fica com Ele na cela, pois não encontrarás em outro semelhante paz” (Imitação de Cristo 20).

Hoje, o Senhor quer falar particularmente ao nosso coração. Ao longo deste dia, recolhamo-nos no mais profundo do nosso ser, onde habita Deus, para escutarmos a Sua voz.

Jesus, eu confio em vós!


Do livro “Comece Bem o Seu Dia”, Luzia Santiago