quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Caminhemos com atenção





Nós precisamos caminhar por esta vida sempre atentos às pessoas que estão ao nosso derredor, para nos adiantarmos quando percebermos que elas precisam de nós.

Naturalmente, ficamos sempre presos a nós mesmos e preocupados somente com as nossas coisas, mas rezemos hoje, de todo o nosso coração, e peçamos a Deus a graça de não nos fecharmos em nós mesmos e de enxergarmos as necessidades do nosso próximo e do ambiente em que vivemos.

Essa atitude vai nos tirar da posição de julgadores e nos ensinará a sermos homens e mulheres de misericórdia segundo Deus.

“Ele não julgará pelas aparências, e não decidirá pelo que ouvir” (Is 11,3bc).

Senhor, dá-nos, hoje, a graça de sermos uma ajuda necessária a todos que precisam de nós.

Obrigada, Jesus!

Luzia Santiago, Comunidade Canção Nova

Leitura Bíblica: Jonas 3,1-10 – Lucas 11,29-32



Quando Jonas – mesmo a contragosto – foi enviado por Deus aos habitantes de Nínive, sua presença e mensagem sinalizaram para aquele povo que Deus lhes dava uma oportunidade. Como acontece com as sociedades que dominam novas técnicas e passam a acumular riquezas, Nínive experimentava grande decadência de costumes. Assim, a mensagem de Jonas soava como ameaça iminente: “Mais quarenta dias e Nínive ficará de pernas para o ar” (cf. Jn 3,4 – TEB).

Para surpresa do próprio Profeta, todo o povo, inclusive o rei, fez jejum e penitência, estendidos até aos animais irracionais. A corrupção moral não chegara a cegar aquela sociedade. Corrompidos, sim, mas não pervertidos. Ainda eram sensíveis às promessas da misericórdia. E Deus desistiu do castigo que prometera.

No tempo de Jesus, Israel estava sob a implacável dominação romana. A vida do povo era uma vida dura e sofrida. Quando veio o Messias, sua mensagem foi acolhida sem reservas e as multidões o seguiam. Mas os dirigentes da nação – políticos e religiosos! – sentiram-se ameaçados com sua presença e seu Evangelho. De algum modo, os poderosos se haviam acomodado à presença romana e, para dizer a verdade, lucravam muito com essa coabitação. Por isso mesmo, rejeitaram o Cristo e o levaram à cruz... Eis uma geração per-versa. Isto é, completamente per-vertida, desviada do caminho.

Em nosso tempo, não precisamos da presença de Jonas ou algum dos profetas. É que as coisas já estão “de cabeça para baixo”: relações familiares, comportamento sexual, utilização dos bens da Criação, distribuição das riquezas. Basta a contemplação da realidade (mesmo sem profetas!) para nos dar a certeza de que precisamos re-orientar nossa vida para Deus. Violência sem freios, deterioração das metrópoles, corrupção dos legisladores, degradação ambiental, em suma, uma cultura de morte...

O cenário que se desenrola à nossa volta é aquilo que Jesus chamaria de “sinal dos tempos”. Vemos esses sinais? Examinamos seu significado? Compreendemos que são fruto de uma opção por viver sem Deus? Que eles manifestam a fratura da fraternidade humana?

Ou também nós merecemos o nome de “geração perversa”?

Orai sem cessar: “Todos os caminhos do Senhor são misericórdia e verdade!” (Sl 25,10)

Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.