domingo, 27 de janeiro de 2013

#FicaAdica62




A vida tem seus opostos e eles se complementam: a noite recolhe no seu silêncio tudo aquilo que foi semeado no dia. Ela permite nascer a semente e desabrochar a flor. E ela não precisa receber o reconhecimento: ela deixa isso ao dia, à luz, ao calor! Assim também acontece em nossas vidas: experimentamos alegria e tristeza; o encontro e a separação; o abraço do reencontro e as lágrimas da despedida…
É preciso sabedoria para entender que os opostos se atraem e se complementam. É preciso paciência e amor para esperar o tempo da colheita: nela ninguém se lembrará do sofrimento do plantio e nem do trabalho da capina… É nos opostos que vamos experimentando a síntese que vamos fazendo em cada experiência, em cada fase da própria vida. Então, meu caro, prepare bem a terra de sues canteiros, semeie com alegria, cultive com esperança… os frutos logo virão!

Frei Paulo Sérgio, ofm

(CIC) Morrer em Cristo

Para ressuscitar com Cristo é preciso morrer com Cristo, é preciso "deixar a mansão deste corpo para ir morar junto do Senhor" (2 Cor 5,8). Nesta "partida" que é a morte, a alma é separada do corpo. Ela será  reunida a seu corpo no dia da ressurreição dos mortos.

A MORTE
"É diante da morte que o enigma da condição humana atinge seu ponto mais alto." Em certo sentido, a morte corporal é natural; mas para a fé ela é na realidade "salário do pecado" (Rm 6,23). E, para os que morrem na graça de Cristo, é uma participação na morte do Senhor, a fim de poder participar também de sua Ressurreição.

A morte é o termo da vida terrestre. Nossas vidas são medidas pelo tempo, ao longo do qual passamos por mudanças, envelhecemos e, como acontece com todos os seres vivos da terra, a morte aparece como o fim normal da vida. Este aspecto da morte marca nossas vidas com um caráter de urgência: a lembrança de nossa mortalidade serve também para recordar-nos de que temos um tempo limitado para realizar nossa vida:

Lembra-te de teu Criador nos dias de tua mocidade (...) antes que o pó volte à terra donde veio, e o sopro volte a Deus, que o concedeu (Ecl 12,1.7).

A morte é consequência do pecado. Intérprete autêntico das afirmações da Sagrada Escritura e da tradição, o magistério da Igreja ensina que a morte entrou no mundo por causa do pecado do homem. Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer. A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no mundo como consequência do pecado. "A morte corporal, à qual o homem teria sido subtraído se não tivesse pecado", é assim "o último inimigo" do homem a ser vencido (1 Cor 15,26).

A morte é transformada por Cristo. Jesus, o Filho de Deus sofreu também Ele a morte, própria da condição humana. Todavia, apesar de seu pavor diante dela, assumiu-a em um ato de submissão total e livre à vontade de seu Pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção.


Catecismo da Igreja Católica, § 1006-1009

Leitura Bíblica: Lucas 1, 1-4; 4, 14-21

Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir” (Lc 1,21)


Ao longo dos séculos, o Povo Escolhido do Senhor aguardava pelo Messias prometido aos pais. Não apenas uma simples espera no tempo, mas a atenta expectativa de Israel, alimentada pelos sonhos dos patriarcas e pelos oráculos dos profetas.

Bastava recorrer às Escrituras e tudo estava registrado:

- O descendente da Mulher pisaria a cabeça da serpente (Gn 3, 15);
- Uma Virgem conceberia o Deus-conosco (Is 7, 14);
- Seu nascimento ocorreria em Belém Efrata (Mq 5, 1);
- Ele seria cheio do Espírito de Deus e anunciaria a Boa Nova aos pobres de Yahweh, proclamando a libertação aos cativos (Is 61, 1).

Ora, foi exatamente esta última profecia que Jesus atualizou na sinagoga de Nazaré, depois de procurá-la demoradamente, desenrolando o pergaminho de Isaías até um de seus últimos capítulos. Detalhe: em escavações arqueológicas no Egito, em pleno Séc. XX, foi encontrado intacto um rolo completo de Isaías, medindo nada menos que 12m de comprimento. Material frágil, que exigia grande cuidado ao ser manuseado, terá ocupado no mínimo dez minutos de Jesus, enquanto a assembleia esperava atenta. Pena que, ao ouvir a Palavra da própria boca de Jesus, não o tenham identificado como o Messias prometido...

No entanto, esse mesmo Jesus é o pleno cumprimento das promessas do Pai, na Primeira Aliança. Sua missão consistia em levar ao cumprimento todas as promessas antigas, em obediência à vontade do Pai. E Ele o faria como humilde servidor de Deus, como o Servo de Yahweh, revestido de nossa carne mortal.

Entretanto, como nenhum profeta é reconhecido em sua própria terra, também Jesus de Nazaré será rejeitado por seus conterrâneos, reduzido à conhecida figura do “filho do carpinteiro”. Ao seu anúncio, em vez de lágrimas de alegria, seus ouvintes babam de raiva. A revelação do amor de Deus é traduzida como blasfêmia. A Boa Nova de salvação é recusada pelos homens, prenúncio da extrema rejeição do Calvário.

E nós? Recusaremos a Jesus? Ou o aceitamos como o Salvador que dá a vida por nós?

Orai sem cessar: “Recordarei os benefícios do Senhor!” (Is 63, 7)

Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.