domingo, 19 de maio de 2013

#FicaAdica 83




“Se um dia lágrimas vierem ao seu rosto, não pense no por que! 
Pense nas folhas do outono, elas não caem porque querem, 
e sim porque chegou a hora” (Raphael Bacellar).

As estações marcam etapas, distintas entre si, diferentes por regiões, marcantes pelo que revelam, sentimentos diferentes… Cada folha que o vento leva é sinal de perda, de poda, de morte.. É sinal que é tempo de morrer para nascer, de perder para ganhar, de se recolher para brotar algo novo. É o mistério da vida no seu recolher e no seu pulsar…

Assim, no outono da vida, vamos aprendendo que é preciso deixar morrer aquilo que precisa morrer… E, dessa morte, virá o broto, o novo, a verdura! Daquilo que o vento leva, trará algo de volta, permitirá a cura e o renascer de um sonho. Assim, vida e morte estão juntas no mesmo pulsar, no mesmo desejo intenso de ressurreição!

Frei Paulo Sérgio

A Igreja vive no Espírito de Cristo



No final do ciclo pascal, chega a festa de Pentecostes, a grande Páscoa do Espírito, a celebração de uma história em que o Espírito de Deus é o guia e inspirador. Não devemos olhar apenas para o momento inicial, relatado nos Atos dos Apóstolos, quando os discípulos experimentaram, com uma força inusitada, a presença do Espírito de Deus animando-os a deixarem o quarto fechado em que estavam – por temerem os judeus – e a pregarem a Boa-Nova a toda a humanidade, em todas as línguas e culturas. E isso tudo porque o amor e a salvação de Deus são para todos. 

Deveríamos saber contemplar a ação do Espírito ao longo da história da Igreja. Quando olhamos para esses vinte séculos, temos a tentação de fazer a história das idéias e dos concílios, ou dos documentos, ou dos papas. Mas a história da Igreja é muito mais que isso: é a história de homens e mulheres – importantes ou não, com cargo ou sem ele – que aceitaram ser conduzidos pela força do Espírito e anunciaram a Boa-Nova com sua vida, suas palavras, sua forma de amar a todos que encontraram pelo caminho. 

É importante repassar os nomes que conhecemos: os dos santos, aqueles em quem o povo de Deus reconheceu a presença do Espírito e a fidelidade humana. Graças a eles, os santos, continuamos reconhecendo a presença do Espírito na Igreja. Desde aqueles que escreveram os evangelhos e os que deram testemunho na primeira hora, como o foram Pedro e Paulo, até os santos dos últimos séculos. Tampouco podemos esquecer o atual momento da Igreja. 

As línguas de fogo e o vento impetuoso de que se fala na primeira leitura não são mais que um símbolo para expressar a força do Espírito de Deus que chega até o coração da pessoa e é capaz de transformá-la. Quando as portas do coração são abertas para o Espírito, já nada mais é igual. Tudo é visto a partir dessa nova perspectiva, a do amor e da misericórdia de Deus. Nossa história pessoal se transforma no fogo do Espírito. 

O dia de Pentecostes é dia para darmos graças a Deus pelo dom do seu Espírito. Ele nos fez participar da história dos homens e mulheres santos e nos chama, igualmente, à santidade. Abramos o coração ao Espírito de Jesus e Ele nos ensinará, como diz o Evangelho, a viver em cristianismo, nos fará lembrar de Jesus a todo momento e nos ajudará a guardar o mandamento do amor. 

Dom Eurico dos Santos Veloso