terça-feira, 7 de maio de 2013

#FicaAdica 81




Precisamos aprender a acreditar mais nas pessoas, a apostar na possibilidade de evolução que existe no íntimo da cada uma delas. O Criador plantou em nós esse desejo: de crescer, de ir além, de transcender… Estamos inseridos no destino da humanidade, participamos dessa busca, desse inclinar-se na direção daquilo que é precioso, desse desejo de plenitude. “Ninguém quer a morte… só saúde de sorte” já cantava Gonzaguinha!

Dar o melhor de nós significa compartilhar os dons e talentos que fizemos crescer em nós. Tais dons e talentos são divinos e foram repartidos por Deus para podermos fazer comunhão com tudo aquilo que cada um tem. Colocando em comum, crescemos no espírito de solidariedade e fraternidade. Manifestando amor, acreditando mais nas pessoas estaremos amando o próprio Deus que não se cansa de apostar e acreditar em nós…

Frei Paulo Sérgio, ofm

Leitura Bíblica: Atos 16, 22-34


Houve, em Filipos, uma séria oposição a Paulo e Silas, dois mensageiros do Evangelho.  As coisas não se passaram com tranquilidade. Os magistrados do local rasgam-lhes as roupas e mandam que sejam açoitados com varas. Os dois são levados à prisão. Tudo lembra a prisão de Pedro, que foi libertado pela força do Senhor. O carcereiro recebeu ordens no sentido de que vigiasse bem e não permitisse que os dois viessem a sair. Os livros dos Atos registra: À meia-noite, Paulo e Silas estavam rezando e cantando hinos a Deus e os outros prisioneiros os escutavam. E houve um terremoto que sacudiu as bases da prisão. As portas se abriram e as correntes se arrebentaram. O Missal Cotidiano de Paulus assim  reflete:  “Na segunda parte dos Atos, Lucas  frequentemente parece preocupado em estabelecer um paralelismo entre Pedro e Paulo; o episódio da prisão e da libertação miraculosa de Paulo  em Filipos  lembra o caso análogo de Pedro (At 12, 1-9).  Aqui, porém, é mínima a insistência  sobre a intervenção de Deus (o terremoto), tanto que nos poderíamos nos perguntar se o carcereiro não foi  mais atingido pelo comportamento de  Paulo do que pelo prodígio do terremoto libertador” (p. 452).

O carcereiro tinha medo de castigos e represálias. A ele seria atribuída a culpa pela fuga dessas figuras que incomodavam os magistrados.  Por isso, num momento de desespero prepara-se para pôr termo aos seus dias. Paulo diz:  “Não fugimos. Estamos todos aqui. Não te faças mal algum”.

Segue-se um interessante e instigante diálogo entre o carcereiro perplexo e os apóstolos libertados.  O livro dos Atos como que sugere um caminho de conversão, uma via catecumenal.

● “Que devo fazer para ser salvo?” Esta é a pergunta do carcereiro.
● Os apóstolos responderam: “Que você e sua família creiam e serão salvos”.
● Houve um momento de instrução, de catequese:  “Paulo e Silas anunciaram a  palavra  do Senhor ao carcereiro e à sua família”.
● Houve um gesto de amor.  Os dois evangelizadores são levados a um local para serem cuidados.  O carcereiro lhes lava as feridas causadas pelos açoites.  Gesto digno e expressivo, gesto nobre, humano colocado por alguém que havia sido tocado.  O Missal Cotidiano da Paulus comenta:  “A conduta clara, franca e serena dos verdadeiros discípulos do evangelho abre frestas de dúvida na indiferença de quem vive num ateísmo prático na superficialidade.  Exatamente por estas aberturas é que entra a fé, a um só tempo tranquilizadora inquietante”  (p. 452).
● Imediatamente, o carcereiro é batizado com toda a sua família.
● Finalmente houve uma refeição em cada do neobatizado. Seria a eucaristia?
● Tudo se conclui esta bela afirmação: o carcereiro alegrou-se com todos os seus familiares por terem acreditado em Deus”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães