sexta-feira, 8 de março de 2013

Leitura Bíblica: Marcos 12, 28-34



Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração… amarás ao próximo como a ti mesmo.  Mais uma vez estamos diante do tema fundamental do cristianismo, das religiões e da consciência dos homens e mulheres de boa vontade.

Desde toda eternidade, o Pai ama o Filho e o Filho responde ao amor do Pai. Entre os dois, desde toda eternidade, há o laço do Espírito. Uma explosão de amor, de entrega, de dom. A Trindade: fonte inexaurível de amor. Esse amor eterno e infinito tende a difundir-se. Quando chegou a plenitude dos tempos, a Palavra do Pai, o Verbo do Pai  tomou carne e habitou entre nós. Deus, caridade e amor, se entrega aos homens que cria para que sejam perfeitos no amor e vivam de sua  vida. Veio o Verbo, tomou nossa carne, e tendo amado os seus, até o fim os amou. Por isso, entendemos: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua mente, de todo o teu entendimento”.  Ele nos amou por primeiro.

Nascemos de um movimento de amor, vivemos no amor, somos feitos para o amor e nosso destino final é  nos perdermos na fogueira de amor que é a Trindade. Desde  a  nossa mais tenra infância sentimos essa é orientação fundamental de nossa vida. Nascemos do amor, vivemos do amor e para o amor tendemos. Há, no entanto,  uma contradição nesse pobre coração que é o nosso.  Queremos o bem, desejamos a harmonia, temos saudade da paz dinâmica que torna a terra dos homens,  imagem de um paraíso que construímos com Jesus vivo e ressuscitado. Mas conhecemos a fragilidade e o pecado que moram em nós.  Há essa preocupante dupla lei: queremos o bem e fazemos o mal.

Somos irmãos. Proviemos da mesma fonte. Carregamos os pesos uns dos outros.  Levantamos os caídos,  enxugamos a fronte dos doentes e não existimos para girar em torno de nossos pequenos interesses.  Somos feitos para o amor.

E o amor se reveste de muitas cores e se apresenta de múltiplas maneiras:  há esse amor do homem e da mulher, desse marido e dessa mulher, que se amam na força do amor de Cristo;  há o amor por todos aqueles que nos ajudam a viver, amor de reconhecimento; há o amor do parente que anda nas drogas, que foi preso, que precisa de perdão e de visita; há o cuidado exigente por todos  os que são colocados sob nossos cuidados (crianças, alunos, pessoas fragilizadas); há esse desejo que as pessoas amem a Deus e não vivam na superfície de uma existência sem valor e sem norte.

Penso em algumas modalidades de amor particularmente exigentes  e importantes:  o amor do catequista (ou do formador), dos pais e dos que orientam espiritualmente as pessoas.

Nada mais importante do que amor.  O amor vem Deus.  Deus é amor.

Frei Almir Ribeiro Guimarães