terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Leitura Bíblica: Marcos 3,31-35



Novamente vemos Jesus com uma multidão à sua volta.  Muitos iam buscar junto dele a cura de suas doenças e a solução de suas dificuldades.  Outros, talvez  estivessem vislumbrando em suas palavras um universo de vida  novo e empolgante.  Jesus pregava sabendo que era importante dar tempo ao tempo.  E certamente alguns  estavam se esforçando por ouvir as palavras fundas e profundas que saiam dos lábios de Jesus.   Vemos  Jesus ocupado com as coisas do  Pai.  Está tentando penetrar o  fundo da história dos que estavam a seu redor.

A mãe de Jesus e sua parentela  se fazem anunciar.  Estão  à porta.  Querem estar com ele. Jesus não rejeita, mas adia o encontro. Serve-se  do acontecido para  dilatar o horizonte de seus ouvintes. A família carnal é importante na vida de todos.  Nossos pais, nossos parentes, nossos irmãos de sangue foram criando laços  estreitos conosco.  Gostamos de estar  juntos, de comer juntos, de contar  nossas  “histórias”.  Quando  um membro se ausenta, sentimos sua falta. Sofremos com os que sofrem.  Ajudamos os que podemos ajudar.   De modo particularíssimo  há essa piedade amorosa e reverente dos filhos para com seus pais.  Ficamos sempre profundamente sensibilizados vendo filhos cuidando amorosamente de seus pais muito idosos, impacientes,  exigentes e carentes. Jesus não rejeita seus parentes.  Seus irmãos e suas irmãs, no entanto, são os que fazem a  vontade do Pai.

Há os laços de sangue, mas há também laços e liames que se instauram porque nascemos da fé.  Os que  se dispõem  a fazer   vontade do Pai  são os parentes próximos de Jesus.  Jesus insiste  no fazer a vontade do Pai.   O trecho da  Carta aos Hebreus hoje proclamada  fala da pouca importância  do sangue de touros ou de  bodes.  Jesus vem fazer  a vontade do Pai.  Jesus oferece seu corpo.  “Tu não quiseste,  nem  te agradaram vítimas,  oferendas,  holocaustos, sacrifícios pelo pecado  – coisas oferecidas segundo a lei -,  ele acrescenta: Eu   vim para fazer a tua vontade”.  O ar que  Jesus respira é o de fazer  carinhosamente  aquilo que o Pai pede.  Maria havia se apresentado com o mesmo propósito:  fazer nela segundo a vontade.  Cada um  nós somos convidados a fazer essa vontade:  no casamento, no colocar filhos no mundo, nos momentos de alegria ou de sofrimento.  Realizando os desígnios do Pai criamos o mundo novo, sonho do coração do  Altíssimo.  A família de Jesus é constituída dos que colaboram com a obra do Pai.  “Olhando para os que estavam sentados  ao redor, disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos.  Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã, minha mãe”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães