quarta-feira, 3 de abril de 2013

Os nós da corda




Havia um homem que vivia sempre sereno e atraía a atenção de todos que paravam para conversar com ele. Todos, pois, estavam curiosos para saber qual era o motivo e sua constante alegria e bondade.

Um dia, o rei o procurou e falou-lhe:

- Você sempre está alegre. Será que nunca fica preocupado com alguma coisa? Não se preocupa com o seu destino? Será que nunca pensa nos pecados dos quais Deus vai lhe pedir conta? Afinal, nesta vida, todos somos pecadores!

Ao que o homem respondeu:

- Vossa Majestade tem toda a razão em dizer que a gente deve dar conta do mal que paz. Eu, por mim, penso e ajo assim: Imagino que a gente está amarrado a Deus com uma corda.

- Como assim? - perguntou o rei.

- Quando a gente peca, corta essa corda. Mas quando a gente se arrepende e pede perdão, o que Deus faz? Ele pega as duas pontas da corda e faz um nó para reatá-la. Desse jeito a corda fica mais curta e a gente fica mais perto de Deus. Os anos passam e a gente, apesar do esforço, continua falhando, mas Deus vai fazendo mais nós na corda e a gente acaba chegando cada vez mais perto dEle... Então, por que devo me preocupar ou me entristecer?

O Rei ficou muito admirado com a sabedoria do homem e entendeu a situação aqueles que, embora pecadores, conhecem e amam a Deus.

"Aumente em mim, Pai querido, com a força do seu Espírito, a disponibilidade em acolher a sua Palavra que, apesar de minhas falhas, o Senhor continua a semear em minha história, para que eu produza bons frutos e revele a todos a esperança segura que me guia ao seu Reino Eterno. Amém!"


 
(Autor desconhecido)

Leitura Bíblica: Lucas 24, 13-35



Dois discípulos desanimados se afastam de Jerusalém, cedendo à tentação de voltar à vida velha. Cléofas (que foi com certeza a “fonte” de São Lucas) e um anônimo. Domina-os a decepção causada pela morte de Jesus no Calvário. Teriam eles alimentado sonhos de grandeza em relação ao Reino que Jesus iria instaurar? Seja como for, tudo deu errado...

Mas é exatamente Jesus quem surge em seu caminho e, sem ser reconhecido, partilha com eles um pedaço de estrada, até a aldeia de Emaús. Enquanto caminham, o desconhecido faz com eles uma “liturgia da Palavra”: “começando por Moisés e os Profetas”, demonstra do modo cabal que os tristes acontecimentos daqueles dias correspondiam perfeitamente ao desígnio de Deus para o Messias. Enquanto ouvem, seu coração está em brasa. Um novo ardor toma posse deles.

Chegando à aldeia, convencem Jesus a pernoitar com eles: “Fica conosco, porque se faz tarde e o dia já declina”. No fundo, o desejo de estender no tempo aquela experiência libertadora. Acabam juntos, na mesma mesa...

Era o momento da “liturgia eucarística”: Jesus toma o pão, abençoa-o e o parte, repartindo com os dois. Seus olhos se abrem ao reconhecer aqueles gestos: os mesmos gestos da Última Ceia, as mesmas etapas de cada Eucaristia. Um Ofertório (tomar o pão), uma Consagração (abençoar o pão) e uma Comunhão (distribuir o pão).

O “Catecismo da Igreja Católica” (nº 1329) define a Eucaristia como “fração do Pão, porque este rito, próprio da refeição judaica, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como presidente da mesa, sobretudo por ocasião da Última Ceia. É por este gesto que os discípulos o reconhecerão após a ressurreição, e é com esta expressão que os primeiros cristãos designarão suas assembléias eucarísticas”.

Reconhecendo a Jesus, recuperam a fé. Já não precisam “ver” o Cristo. Por isso mesmo, ele desaparece diante de seus olhos. E foi exatamente a fé recuperada que os pôs a caminho, de volta para Jerusalém. De volta para a Igreja, onde poderiam testemunhar: “Vimos o Senhor. Ele vive!”

Como estamos vivenciando a Santa Missa? A Liturgia da Palavra reacende em nosso coração o ardor por Jesus Cristo? A Liturgia Eucarística nos repõe no caminho do anúncio da Boa Nova?

Orai sem cessar: “Senhor, dai-nos sempre deste Pão!”

 Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.