quinta-feira, 23 de agosto de 2012

#FicaAdica 26


 
Dizemos ao Pai, todos os dias, na oração do Pai-Nosso: “Seja feita a Vossa vontade”; mas, muitas vezes, quando Ele permite que se nos apresente a cruz de cada dia, nos rebelamos, revoltamos e perdemos a paz.
Esta atitude não está de acordo com nossa fé. Aceitemos, na confiança, tudo o que a vontade de Deus permite, ainda que as lágrimas desçam copiosas de nossos olhos como desceram dos olhos da Virgem Maria. Importa agir com a sua fé, crendo no meio da dor que o mal não pode vencer o bem, e que por fim, este triunfará.
Depois da noite das trevas ela viu raiar a Ressurreição.
 
Prof. Felipe Aquino
 
 

Conheçamos a supereminente caridade da ciência de Cristo


O Senhor Salvador levantou a voz e com incomparável majestade disse: “Saibam todos que depois da tribulação se seguirá a graça; reconheçam que sem o peso das aflições não se pode chegar ao cimo da graça; entendam que a medida dos carismas aumenta em proporção da intensificação dos trabalhos. Acautelem-se os homens contra o erro e o engano; é esta a única verdadeira escada do paraíso e sem a cruz não há caminho que leve ao céu”.

Ouvindo estas palavras, penetrou-me um forte ímpeto como de me colocar no meio da praça e bradar a todos, de qualquer idade, sexo e condição: “Ouvi, povos; ouvi, gentes. A mandado de Cristo, repetindo as palavras saídas de seus lábios, quero vos exortar: Não podemos obter a graça, se não sofrermos aflições; cumpre acumular trabalhos sobre trabalhos, para alcançar a íntima participação da natureza divina, a glória dos filhos de Deus e a perfeita felicidade da alma”.

O mesmo aguilhão me impelia a publicar a beleza da graça divina; isto me oprimia de angústia e me fazia transpirar e ansiar. Parecia-me não poder mais conter a alma na prisão do corpo, sem que, quebradas as cadeias, livre, só e com a maior agilidade fosse pelo mundo, dizendo: “Quem dera que os mortais conhecessem o valor da graça divina, como é bela, nobre, preciosa; quantas riquezas esconde em si, quantos tesouros, quanto júbilo e delícia! Sem dúvida, então, eles empregariam todo o empenho e cuidado para encontrar penas e aflições! Iriam todos pela terra a procurar, em vez de fortunas, os embaraços, moléstias e tormentos, a fim de possuir o inestimável tesouro da graça. É esta a compra e o lucro final da paciência. Ninguém se queixaria da cruz nem dos sofrimentos que lhe adviriam talvez, se conhecessem a balança, onde são pesados para serem distribuídos aos homens”.

Dos escritos de Santa Rosa de Lima