quarta-feira, 5 de setembro de 2012

#FicaAdica 31



A paciência é uma virtude que consiste em saber compreender o tempo dos outros e da vida. Nada nem ninguém possuem o mesmo ritmo e compreensão da vida e das pessoas. É por isso algumas pessoas demoram um tempo enorme para entender o que para nós é claríssimo e vice-versa.

Fixar-se em "aguentar" alguém ou algum fato é coisa pouco sábia. Entretanto, encantar-se com o ritmo diferente que as pessoas possuem é imensa oportunidade para uma sincera conversão cristã e maturidade humana.

É você quem escolhe!


Ricardo Sá

Um só Batismo para o perdão dos pecados


Nosso Senhor ligou o perdão dos pecados à fé e ao Batismo: "Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda criatura. Aquele que crer e for batizado será salvo" (Mc 16,15.16). O Batismo é o primeiro e principal sacramento do perdão dos pecados, porque nos une a Cristo morto por nossos pecados, ressuscitado para nossa justificação, para que "também vivamos vida nova" (Rm 6,4).

"No momento em que fazemos nossa primeira profissão de fé, recebendo o santo Batismo que nos purifica, o perdão que recebemos é tão pleno e tão completo que não nos resta absolutamente nada a apagar, seja do pecado original, seja dos pecados cometidos por nossa própria vontade, nem nenhuma pena a sofrer para expiá-los. (...) Contudo, a graça do Batismo não livra ninguém de todas as fraquezas da natureza. Pelo contrário, ainda temos de combater os movimentos da concupiscência, que não cessam de arrastar-nos para o mal."

Neste combate contra a inclinação para o mal, quem seria suficientemente forte e vigilante para evitar toda ferida do pecado? "Se, portanto, era necessário que a Igreja tivesse o poder de perdoar os pecados, também era preciso que o Batismo não fosse para ela o único meio de servir-se dessas chaves do Reino dos Céus, que havia recebido de Jesus Cristo; era preciso que ela fosse capaz de perdoar as faltas a todos os penitentes, ainda que tivessem pecado até o último instante de sua vida."

É pelo sacramento da Penitência que o batizado pode ser reconciliado com Deus e com a Igreja:


Os Padres da Igreja com razão chamavam a Penitência de "um Batismo laborioso" (São Gregório Nanzianzeno). O sacramento da Penitência é necessário para a salvação daqueles que caíram depois do Batismo, assim como o Batismo é necessário para os que ainda não foram regenerados (Concílio de Trento).



Catecismo da Igreja Católica, § 977-980

Leitura Bíblica: 1 Cor 3, 2-9


Paulo repreende os coríntios:  havia divisões e fragilidades no seio daquela comunidade.  Talvez pudéssemos reescrever a página proclamada como primeira leitura para o hoje de nossas comunidades cristãs.

“Teria eu querido  falar-vos como a pessoas  cheias de sabedoria espiritual. Lamentavelmente não o posso.  Tenho que usar um linguajar mais fraco, dirigindo-me a pessoas que pensam conforme o mundo, ainda muito carnais, como crianças que ainda precisam de leite e não podem se alimentar de nutrição mais sólida.  Eu teria muito gosto de apontar para caminhos de eminente santidade:  que todos vivessem com entusiasmo em suas vidas o mistério pascal, que tomassem a decisão de se unir a outros missionários e ir destemidamente pelo mundo, de aceitar mesmo dar a vida pelo Cristo Jesus.  Mas vocês ainda são por demais carnais. Vejo rivalidades e rixas. Tudo isso prova que vocês são carnais, procedeis com impulso carnal.  Falta generosidade em vossos corações. Vocês estão se organizando pastoralmente.  Mas há uma certa competição entre este grupo e aquele outro. Por vezes  vocês me dão a impressão de que uns querem aparecer mais que os outros… Ou então  vejo que vocês fazem a sua obrigação mais ou menos mecanicamente, sem entusiasmo, sem essa vontade de ir além de todas as medidas. Vejo que alguns de vocês dizem que são de Apolo, outros de Paulo. Vejo que  há fixações em pessoas em detrimento da limpidez do anúncio da causa.  Vocês não entenderam o sentido da pregação. Os pregadores de ontem e de hoje são servos da Palavra. Eles não agem com espírito de competição.  São servos… fazem o que é preciso fazer, de modo que nem o que planta nem o que rega são importantes. Quem é importante é aquele que faz crescer.  Nós somos meros colaboradores de Deus. Vocês são a lavoura de Deus.  É ele que trabalha e que atua na evangelização e na pastoral.  Não são os  dons e talentos do pregador,  nem sua vontade de poder, sem seus engenhos “carnais”.  Fundamental deixar que  Deus faça crescer.  Seria triste se até o fim da vida eu tivesse que lhes dar sopinha de leite e  mingau de aveia.  Gostaria que vocês, pregadores de hoje, não viessem a impedir a ação de Deus e nunca se tornassem os donos da ação que é ação do Senhor. Quem dera que eu pudesse lhes dar o alimento de uma pregação mais robusta. Os pregadores, Apolo ou Paulo, não são chefes de partidos opostos. Estão a serviço da ação de Deus. Desaparecem para que Deus possa agir”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães