terça-feira, 17 de janeiro de 2012

História de Antão, pai dos monges

Neste 17 de janeiro comemoramos  Santo Antão  (251/252-357), tido como pai da vida monacal.  Assim Santo Atanásio  descreve sua vida:

“Depois da morte de seus pais, tendo ficado sozinho com uma irmã ainda pequena.  Antão, que tinha uns dezoito ou vinte anos, tomou conta da casa e da irmã.

Mal haviam passado seis meses desde o falecimento dos pais, que indo um dia à igreja, como de costume, refletiu consigo mesmo  sobre o motivo  que levara os apóstolos a deixarem tudo para seguir o Salvador; e por qual razão aqueles homens de que se fala nos Atos dos Apóstolos vendiam suas propriedades e depositavam o preço aos pés dos apóstolos  para ser distribuído entre os pobres.  Ia também pensando na grande e  maravilhosa esperança que lhes estava reservada nos céus. 

Meditando nessas coisas, entrou na igreja no exato momento  em que se lia o evangelho, e ouviu o que o Senhor disse ao jovem rico:  Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres, depois vem e segue-me e terás um tesouro no céu  (Mt 19,21).

Antão considerou que a lembrança dos santos exemplos lhe tinha vindo de Deus, e que aquelas palavras eram dirigidas pessoalmente para ele.  Logo que voltou da igreja, repartiu com os habitantes da aldeia  as propriedades que herdara da família  (possuía trezentos campos lavrados, férteis e muito aprazíveis)  para que não fossem motivo de preocupação, nem para si próprio nem para a irmã. Vendeu também todos os móveis e distribuiu com os pobres a grande quantia  que obtivera, reservando apenas uma pequena parte por causa de sua irmã.

Entrando outra vez na igreja, ouviu o Senhor dizer no evangelho:  Não vos preocupeis  com o dia de amanhã (Mt 6, 34). Não podendo mais resistir, até aquele pouco que restara deu-o aos pobres. Confiou  a irmã a uma comunidade de virgens consagradas  que conhecia e considerava fiéis para que fosse educada no Mosteiro.  Quanto a ele, a partir de então, entregou-se a uma vida de ascese e rigorosa mortificação, nas imediações de sua casa.

Trabalhava com as próprias mãos, pois ouvira a palavra da Escritura:  Quem não quer trabalhar  também não deve comer (1Ts 3,10).  Com uma parte do que ganhava  comprava o pão que comia; o resto dava aos pobres.

Rezava continuamente, pois aprendera que é preciso rezar a sós sem cessar (1Ts  5,17). E era tão atento à leitura que nada escapava do que tinha lido na Escritura; retinha tudo de tal forma que a sua memória acabou  por  se  substituir  aos  livros.

Todos os habitantes da aldeia e os homens honrados que tratavam com ele, vendo um homem assim, chamavam-no de amigo de Deus; uns o amavam como filho, outros como irmão."

Liturgia das Horas  III, p. 1190-1191
Fonte: www.franciscanos.org.br

Fugindo da vã esperança e da soberba (II)


Se tens riquezas, não se vanglorie delas nem dos amigos, ainda que sejam poderosos, mas em Deus que dá tudo, e sobretudo deseja dar-se a si mesmo.

Não se orgulhe da forma ou beleza do seu corpo, que a mais leve enfermidade o deforma e corrompe.

Não se desvaneça da sua habilidade e do seu talento, para que não desagrade a Deus, de quem procede tudo o que, naturalmente, tiver de bom.

Do Livro “Imitação de Cristo”