quarta-feira, 28 de novembro de 2012

#FicaAdica 51



O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando você se dispõe a mudar, a deixar para trás aquilo que não convém, as coisas que atrapalham sua caminhada. Desejar é um querer absoluto, uma força que surge dentro de nós e nos impele a ir além das fronteiras.

Procure desejar coisas boas e positivas. Mentalize para você metas possíveis e disponha-se a trabalhar em favor de seus objetivos. Ninguém consegue vitórias sem esforços, sem sacrifício. E são justamente essas coisas que tornam as vitórias saborosas. Então, abra sua alma para a luz divina, permita que a bênção de Deus esteja em você. Siga em frente, persista em seu caminho e seja feliz com aquilo que Deus já lhe concedeu…

Frei Paulo Sérgio

As novas ondas religiosas


Perguntaram-me jornalistas de periódico do interior se, como sacerdote católico, não me preocupava o fato de que naqueles dias Lula, católico declarado e amicíssimo de Frei Beto,  se abrira mais para os evangélicos; seu vice era de um partido majoritariamente evangélico. E ainda queriam saber se não me preocupava o crescimento deles e o encolhimento do catolicismo.

Pedi tempo para não responder em apenas uma sentença. O assunto é fundamental e a resposta não cabe numa frase de efeito. Entre outras coisas eu disse, citando Bento XVI, que as estatísticas não devem ser a preocupação número um da Igreja e, sim, o conteúdo da sua mensagem, nem que percamos por algumas décadas ou séculos. O papa assim falou a Peter Seewald no livro “ O Sal da Terra”.

Também Jesus chamou os seus seguidores de pequeno rebanho.(Lc 12,32) Por um tempo, certos grupos de extração evangélica e pentecostal eram o pequeno rebanho. Ultimamente estão menos pequenos, embora alguns andem maquiando a estatísticas para parecerem maiores do que são. Mas certamente cresceram e, pelo visto, crescerão ainda mais. Conheço a mídia e sei do que pode um marketing da fé bem feito. Espero que cresçam sadios e pacíficos, porque os religiosos donos da verdade, e isso inclui minha igreja, já criaram muitas guerras por espaço e por  dominação.
É claro que me preocupa que muitos dos nossos estejam trocando de igreja. Mas inquieto-me bem  menos pelo crescimento dos outros do que pela diminuição dos nossos. São irmãos e irmãs que preferem ouvir outros púlpitos, outros pregadores e outras garantias de salvação em Jesus, motivados por outros testemunhos e outras leituras do evangelho. Trocaram o padre pelo pastor. Preferiram outro rebanho. Aceitaram ser apascentadas por reverendos pastores em outros rebanhos porque acreditaram no discurso de que eles têm mais Cristo a oferecer. Veremos. O tempo o dirá. O fato é que hoje eles acreditam mais nos bispos e pastores do eu- anguélion: (a boa nova)  do que nos bispos e padres do cat-holou ( abrangente, para todos). Não querem mais o enorme colo da Igreja Católica e acham-se mais bem cuidados no colo às vezes pequeno de um rebanho pentecostal ou evangélico.

Como a vida e a fé tem vais-e-vens, nós que estamos no mundo há milênios e no Brasil há 500 anos sabemos a força e o poder do novo, contado e  mostrado de um novo jeito, e através de poderosos novos veículos. Enfrentamos isso umas duzentas vezes com grupos dissidentes que nasceram entre nós e se tornaram igrejas sem nós ou contra nós.

O marketing religioso feito com grande competência por estes irmãos de outras igrejas certamente tem muito a  ver com o seu crescimento. Se bancos, palhas de aço, sabonetes e cremes passam a ter milhões de compradores, e artistas, milhões de fãs, porque apareceram na mídia, porque não uma Igreja?

Certo ou errado, é assunto para outra conversa. Por enquanto registre-se o fato: as igrejas que foram à mídia estão colhendo o resultado. Como será daqui a 50 anos? Quem viver verá!

Padre Zezinho - www.padrezezinhoscj.com

Leitura Bíblica: Lucas 21, 12-19


Jesus fala como o povo. Usa figuras extraídas do dia-a-dia, como lírios e pardais, redes e lamparinas, agulhas e camelos. Mescla todos os “mundos”: o feminino (com a massa de pão e os remendos da roupa velha) e o masculino (os denários e os banquetes); o urbano (dos mendigos) e o rural (dos semeadores); o adulto (com os tribunais) e o infantil (com os folguedos na praça).

No Evangelho de hoje, Jesus fala de um fio de cabelo. Nada menor, mais insignificante! Aliás, mera excreção do organismo. Em outras passagens, Jesus fala das mãos (que vale a pena amputar, antes que perder o Reino!), dos olhos (atrapalhados por traves), dos ouvidos (que não querem ouvir), dos rins (que devem estar sempre cingidos, na prontidão para o caminho).

Hoje, quase microscopicamente, o Mestre chama a atenção para um simples “fio de cabelo”. Sua intenção é dizer que, mesmo em meio a perseguições orquestradas pelos sequazes do anticristo, entre maçonarias e cárceres, tiranos e régulos, podemos estar confiantes na divina proteção, pois “nem um fio de cabelo se perderá de vossa cabeça”;

Sem esta confiança, Paulo não enfrentaria a oposição dos compatriotas, Francisco Xavier não atravessaria mares e oceanos naquelas casquinhas de noz que chamavam de “navios”. Sem a certeza de que o Senhor está de nosso lado, Maximiliano Kolbe não se ofereceria para morrer em lugar do outro condenado. Sem a convicção de que Deus caminha conosco, Madre Teresa não teria trocado a segurança de seu convento pelas agruras da vida no sórdido lixão de Calcutá...

É bem verdade que andamos iludidos por longo tempo. De algum modo, chegamos a acreditar que a adesão ao Evangelho nos granjearia fama e poder, aplausos e benesses. Como servos de Deus, ocuparíamos lugar nos palanques do mundo, entre as autoridades civis, militares e... eclesiásticas.

Esse tempo passou. Ainda bem. Hoje, a mídia zomba da Igreja, crucifica os ministros de Jesus no calvário das manchetes. Prega um anti-Evangelho feito de ódio e sarcasmo. A propaganda induz ao pecado. Os parlamentos legitimam o aborto, chancelam a eliminação dos velhinhos. Daqui em diante, ninguém pedirá o batismo para lucrar. Ninguém abraçará o Cristo para se mascarar...

Daqui em diante, todos sabemos que ser cristão é navegar contra a corrente, viajar na contramão. E, apesar disso, nem um fio de cabelo cairá de nossa cabeça – garante Jesus!

Orai sem cessar: “Aclamemos o rochedo que nos salva!” (Sl 95 [94], 1)

Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.