domingo, 24 de junho de 2012

O homem da lanterna




Aquele homem simples que nem sequer sabia falar
tinha uma luz que, naquela hora e naquele lugar,
você não tinha .
Seu carro enguiçou e, não fosse por ele,
você teria que dormir na estrada perigosa .
Ele veio todo humilde, falando errado ,
mas agindo certo , com a sua luz salvadora .
Levou você a quem podia consertar seu carro
e devolver você ao caminho .
Não fez nenhum discurso : só iluminou sua estrada.
Você era o doutor e ele o iletrado e o inculto.
Mas quem ficou sem luz foi você , não ele .
Quem ficou nas trevas foi você , não ele .
Quem precisou foi você , não ele .
A luz dele salvou você!.
Da próxima vez que achar que só você é um iluminado
lembre-se daquele homem simples.
Ele também , na hora certa e do jeito certo, iluminou você
A nosso modo todos temos as nossas trevas,
e à modo deles , os outros têm as suas luzes .
Por isso, dialogue a aprenda sempre .
Você nunca sabe quando vai precisar da luz dos outros.
Quem acha que já tem todas as luzes de que precisa
não entendeu a vida!
Nunca seremos iluminadores se não nos deixarmos iluminar…


Padre Zezinho - http://www.padrezezinhoscj.com

Aquele que preparou os caminhos do Senhor


Todos aprendemos a ter um carinho especial e delicada devoção por  João, o Batizador, o Batista, o filho da velhice de Isabel e de Zacarias.  Quando chega sua festa tantos fatos e tantos acontecimento de sua vida chegam para povoar de jubilo nosso coração. Ele é aquele que prepara os caminhos do Senhor e, feita sua missão, desaparece. Era tão grande aos olhos dos seus contemporâneos que chegou a ser confundido com o Messias.  Precisou  dizer com força:  “Não sou o Messias.  Depois de mim vem alguém mais importante. Dele nem sou capaz de desatar as sandálias de seus pés”.

A Igreja aplica a João Batista  a passagem de Isaías proclamada na liturgia de hoje: “O Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe  ele tinha em mente o meu nome”.  João é chamado por Deus.  A Escritura sempre nos coloca diante do mistério da vocação.  Ele seria o preparador dos caminhos.  Um dia, ainda no seio de sua mãe, o menino saltou de alegria quando  Maria, grávida do Menino Luz, foi visitar a prima Isabel.

“Fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de  sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava…”.  O homem do deserto, o homem do silêncio, o profeta da conversão, o homem da limpidez e do discurso contundente. Toda a figura do Batista exala  transparência, força e apelo à mudança.  Sua missão foi a de preparar os corações das pessoas para acolher a Cristo.

“Antes que ele (o Messias) chegasse  João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel.  Estando para terminar sua missão  João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja. Mas vede, depois de mim vem aquele do qual nem mereço desamarrar as sandálias’” (Atos).

Santo Agostinho escreve belamente a respeito do nascimento do  Precursor: “João apareceu como ponto de encontro  entre os dois  Testamentos, o antigo e o novo. O próprio Senhor o chama de limite quando diz: A lei e os profetas até  João Batista  (Lc 16,16).  Ele representa o antigo e anuncia o novo. Porque representa o Antigo Testamento, nasce de pais idosos; porque anuncia o novo é declarado profeta ainda estando nas entranhas da mãe. Na verdade, antes mesmo de nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada de Maria. Antes de nascer já é designado, revela-se de quem seria o precursor, antes de ser visto por ele”.

E Lucas, por ocasião do nascimento do Batista, coloca na boca dos circunstantes  uma questão:  “O que será desse Menino?”  Ora, a Igreja, os cristãos, temos a missão de ser como João, ou seja, através de nossa palavra e de nosso testemunho de vida, preparar os caminhos do Senhor.  Para isso existimos. Somos, como João, preparadores dos caminhos do Messias.


Frei Almir Ribeiro Guimarães