terça-feira, 24 de setembro de 2013

O amor dói

Ninguém vive sem amor, e ninguém ama sem sentir dor. O amor é um mistério, um segredo que se vive sem esperar nada em troca. Na dinâmica da vida desejamos ser amados, compreendidos, respeitados, valorizados, considerados.

Tudo começa com sorrisos e termina em lágrimas, e sem elas a vida perde o sentido. Como amar e sentir a dor da traição, da desconfiança, da mentira, da falsidade, do silêncio, da solidão, do abandono, do reconhecimento?

Não existe amor sem dor. Na medida em que a dor é amada, imediatamente é superada. “Só quem passa pelo fogo da dor, chega ao incêndio do amor”. Saber amar é saber superar gratuitamente cada pequeno ou grande desencontro, sem esperar nada em troca, a não ser a força de recomeçar. Diante dos conflitos da vida cotidiana, a tentação é saber quem tem razão, quem errou. A solução nos interessa, e não o culpado.

O Papa Francisco no domingo passado dizia: “Supomos sermos justos, e julgamos os outros. Julgamos até Deus, porque pensamos que deveria punir os pecadores, condenando-os à morte, em vez de perdoar. Agora sim corremos o risco de permanecer fora da casa do Pai! Como aquele irmão mais velho, em vez de se alegrar porque seu irmão retornou, ele fica com raiva de seu pai que o acolhe e faz festa.

Se em nossos corações não há misericórdia, alegria do perdão, não estamos em comunhão com Deus, mesmo observando todos os preceitos, pois é o amor que salva, não apenas a prática dos preceitos. É o amor por Deus e pelo próximo que realiza todos os mandamentos. E este é o amor de Deus, a sua alegria: perdoar. Nos espera sempre! Talvez algum de vocês tenha algo pesado em seu coração: ‘Mas, eu fiz isso, eu fiz aquilo...’. Ele te espera! Ele é pai: sempre espera por nós!

Se vivemos de acordo com a lei ‘olho por olho, dente por dente’, jamais sairemos da espiral do mal. O Maligno é inteligente, e nos ilude que com a nossa justiça humana podemos nos salvar e salvar o mundo. Na realidade, somente a justiça de Deus pode nos salvar! E a justiça de Deus se revelou na Cruz: a Cruz é o julgamento de Deus sobre todos nós e sobre este mundo.

Mas como Deus nos julga? Dando a vida por nós! Eis o ato supremo de justiça que derrotou, uma vez por todas, o Príncipe deste mundo; e esse ato supremo de justiça é também ato supremo de misericórdia. Jesus chama todos a seguirem este caminho: ‘Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso’ (Lc 6:36)”.

O que aconteceu com aquele que amou a todos, que acolheu os pecadores, fez refeição com eles? O que aconteceu com aquele que curou a os doentes, restabeleceu os paralíticos, fez os surdos ouvirem e os cegos verem?

Como terminou a vida daquele que fez milagres multiplicou cinco pães e dois peixes matando a fome de uma multidão? Qual foi o fim daquele que arrastou multidões e foi aclamado como Rei? O fim foi a solidão, o abandono, a condenação e a morte. Não existe amor verdadeiro sem cruz e sofrimento. O amor dói. É doído amar sem esperar nada, a não ser amar. Foi na entrega por amor do homem de Nazaré, o Filho único do Pai, que hoje somos capazes de amar, mesmo quando o amor dói.

Dom Anuar Battisti, Arcebispo de Maringá (PR)


#FicaAdica 99



A Lei da Atração responde a qualquer vibração que você emita, seja ela positiva ou negativa, dando-lhe mais dessa mesma coisa. Ela simplesmente responde às suas vibrações. Daí a importância vital de pensar de maneira positiva, de desejar ardentemente com a força da alma, de querer verdadeiramente receber as bênçãos de Deus!

À medida que sua fé se fortalece você descobre que não é mais necessário ter uma noção de controle. Aprende que as coisas vão fluir como deve ser e que você vai fluir junto com elas para seu maior bem e para o bem das pessoas. Então comece agradecendo por todas as coisas que você já recebeu… Respire com intensidade o ar e encha-se com a vida que lhe é dada pelo Criador!

Frei Paulo Sérgio, ofm

Leitura Bíblica: Lucas 8, 19-21

Jesus estava sempre cercado de muitas pessoas. Lucas, no texto hoje proclamado, observa que a mãe do Senhor e seus parentes queriam falar com ele, mas não podiam chegar até ele devido à multidão. Alguns chegaram a Jesus dizendo que eles estavam querendo ter com ele. Conhecemos essa palavra de Jesus que costuma causar estranheza: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus”. O texto evangélico dá a impressão que Jesus não dá a devida atenção à mãe e aos parentes.

Na medida em que não vivemos para nós mesmo, mas em que nos colocamos como que “suspensos” à voz do Senhor passamos a ser ouvintes de Palavra. E a Palavra é como a semente. Esta e aquela morrem no solo e no coração para produzir fruto. Maria, a mãe de Jesus, antes de gerá-lo na carne, concebeu-o em seu interior com o seu  fiat, o seu faça-se em mim segundo a sua palavra. Da mesma forma, cada discípulo de Jesus que se faz  ouvinte atento da Palavra da Escritura, das falas do Senhor no fundo da consciência,  dos sinais que ele nos da através dos irmãos que nos cercam se torna próximo  de Jesus. A palavra-semente morre em seu interior e dá fruto. Quem ouve a palavra e a põe em prática torna-se mãe e irmão de Jesus. Os que querem segui-lo são convidados a ouvir a Palavra que lhes mostra o caminho. A audição da Palavra e sua acolhida nos torna íntimos do Senhor… Assim os ouvintes adotam a postura de Maria: levam tudo ao fundo do coração.

Transcrevemos algumas linhas de Francisco de Assis em sua Carta aos Fiéis: “Quão bem-aventurados e benditos  são aqueles e aquelas que ao fazerem tais coisas (amor a Deus e ao próximo, recepção do Corpo e Sangue do Senhor), e nelas perseverarem porque pousará sobre eles o espírito do Senhor  (cf. Is 11,2)  e fará neles habitação e um lugar de repouso (cf Jo 14,23; e são filhos do Pai  (cf. Mt 5,45) celestial, cujas obras realizam, e são esposos, irmãos e mãe (cf. Mt 12, 50) de Nosso Senhor Jesus Cristo. Somos esposos, quando a alma fiel se une pelo Espírito Santo a Nosso Senhor Jesus Cristo. Somos seus irmãos quando fazemos a vontade do Pai que está nos céus  (Mt  12,20). Somos suas mães quando o trazemos em nosso coração e em nosso corpo (cf. 1Cor 6,20) através do amor divino e da consciência pura (1Tm  3,9) e sincera e  damo-lo à luz por santa operação que deve brilhar (Mt 5, 16) como exemplo para os outros”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães