quarta-feira, 6 de março de 2013

Deuteronômio 4, 1.5-9; Mateus 5, 17-19



“Agora, Israel, ouve as leis e os decretos que eu vos ensino a cumprir, para que, fazendo-o, vivais e entreis na posse da terra prometida que o Senhor Deus de vossos pais vai vos dar” (Dt 4,1).

Felizes os que escutam  a voz do Senhor! Os que auscultam os desejos do Senhor e se deixam  “trabalhar” por seus pedidos e solicitações são pessoas que estão fadadas a  viver.  Os que não ouvem o Senhor se encaminham para a morte.  Não se trata apenas de ouvir a materialidade das palavras de Moisés ou mesmo aquelas que saíram dos lábios de Jesus.  Trata-se de uma disposição fundamental da pessoa em querer saber precisamente o que o Senhor dela deseja, quais seus projetos a seu respeito, quais  as trilhas que precisará seguir para chegar à terra das promessas.

Ouve o  Senhor o pobre, o indigente, aquele que experimenta  perplexidades diante de tantos caminhos que se abrem  nas encruzilhadas de sua vida. O pobre que não é autossuficiente é querido pelo Senhor.

Quando entramos em nós mesmos, chegamos a ter um certo conhecimento a respeito de nós mesmos:  há esse corpo  com  suas possibilidades e potencialidades, mãos e pés.  Há esse interior, essa espécie de dentro mais íntimo de nós mesmos que chamamos de coração. Desse poço interior brotam nossos sonhos, desejos e projetos.  Há esse ser humano forte e frágil, cheio de interrogações e certo de que poderá vencer.

“Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração. Procurarás fazer sua vontade, haverás de santificar seu nome  e o dia do descanso. Tudo é dele e tu haverás de perguntar sempre e em todas as circunstâncias o que ele quer de ti, de tua família, de tua comunidade. Não deverá passar um dai em que não dirijas a ele o melhor de tuas entranhas:  saborearás os salmos, retirar-te-ás para ler as Palavras do Senhor com coração parecido com o de Maria, daquela que  escuta a Palavra e levarás tudo ao fundo do coração.

Amarás os teus irmãos,  a tua esposa, o teu marido, teus filhos, os de perto e os de longe. Respeitarás o que dos outros. Respeitarás a dignidade de todos eles. Porque eu me escondo no órfão e na viúva, nos mais abandonados da face da terra.

E ainda o  Deuteronômio: “Procura com grande zelo não te esqueceres de tudo o que viste com teus próprios olhos e nada deixes escapar do teu coração por todos os dias de tua vida;   ensina-o a teus filhos e netos”

Os que se dobram carinhosa e atentamente para ouvir a voz do Senhor ingressam na terra das promessas, passam pela porta aberta do coração do Redentor e entram na terra onde correm  leite e mel.

Frei Almir Ribeiro Guimarães