domingo, 9 de setembro de 2012

Você é uma pessoa autêntica?


Somente a verdade faz de nós homens e mulheres verdadeiramente livres. O nosso coração está sempre em busca da verdade, por isso precisamos ter a coragem de nos questionarmos, de nos colocarmos à escuta e procurarmos respostas para sermos filhos autênticos de Deus, os quais não precisam viver de fantasias nem ostentar mentiras para ser o que são.

Não precisamos mostrar para as pessoas o que não somos, ao contrário, como diz Santa Catarina de Sena: “Se fordes o que deves ser, colocareis fogo no mundo”.

Jesus nos convida à autenticidade de vida, como João Batista que viveu para preparar o caminho do Senhor e soube desaparecer na hora certa, para aparecer aquele que Ele apresentou: Jesus.

Veja que lindo o elogio que o próprio Jesus tece a respeito de João Batista, porque via que ele era um homem autêntico, que não precisava de roupas finas nem de palácios para construir sua imagem: “De todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista” (Mt 11,11a).

Senhor, ensina-nos a viver, com autenticidade, a nossa vida.

Jesus, eu confio em Vós!



 Luzia Santiago, Comunidade Canção Nova

Leitura Bíblica: Marcos 7, 31-37


Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!” (Mc 7, 33-34)

Uma das experiências mais doloridas que possamos fazer é a da perda da audição. O surdo ou o quase surdo  vive uma constante inquietação. Não pode participar de conversas porque tem que ficar sempre pedindo que as pessoas repitam o que disseram.  Vai ficando desconfiado de tudo e de todos.  As novidades não lhe chegam… Está sempre defasado. O evangelho proclamado neste domingo  fala de um “surdo que falava com dificuldade”.  O Messias viera, segundo as Escrituras,  para abrir os ouvidos dos surdos e desatar  a língua dos mudos. Podemos ver atrás da trama dessa cura traços do sacramento do batismo.

Jesus se afasta para fora da multidão.  Parece que Jesus faz isso porque vai realizar alguma coisa que precisa ser  vivenciada com interioridade, sem burburinho.  Coloca um gesto concreto:  toca os ouvidos e cospe e com a saliva toca a língua do homem.  Não entramos aqui nas explicações exegéticas a respeito desses pormenores.  Jesus, olhando para o céu, quer que o doente  fique curado.  Diz  “Éfata”, que quer dizer  “abre-te”. No ritual do batismo há esse gesto de tocar os lábios e o ouvido do batizando.  Jesus quer extirpar o mal do mundo e do coração dos homens. Aquele que é mergulhado na água, que é batizado, que morre a si e nasce para uma vida nova, que se lava na água do peito aberto de Cristo  tem os seus lábios tocados para que nunca deixe de louvar o Senhor, de cantar suas palavras.  Que não seja mudo para dizer palavras de reconhecimento ao que destrava a língua.  O celebrante do batismo também, como Jesus, toca os ouvidos…Um dos dramas mais pungentes que um ser humano pode viver é essa incapacidade de ouvir a voz do Senhor. Ao longo do tempo da vida,  aquele que nasceu da água e do Espírito,   ficará em estado de atenção para ler os desígnios de Deus na trama do cotidiano, na Palavra proclamada, nos acontecimentos que se sucedem,  na voz daquele que está perto de nós.    A cura do surdo e mudo aponta para a renovação do ser humano, agora em estado de prontidão diante de Deus.  “Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e  ele começou a falar sem dificuldade”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães