sábado, 13 de abril de 2013

#FicaAdica 77



“O vento é sempre o mesmo, mas sua resposta é diferente em cada folha. Somente a árvore seca fica imóvel entre borboletas e pássaro” 
(Cecília Meireles).

E a vida deve ser sempre viva e nossas atitudes também. O medo de perder, frequentemente, tira-nos a vontade de lutar… e de ganhar! Quem perdeu os sonhos e as esperanças já deixou de viver, ainda que exista biologicamente. Mas isso já não é existir, é apenas um arrastar-se pela vida. E, se o vento sopra, traz também frescor, pois ele também é hálito que vivifica e nos dispõe a uma vida grandiosa.

Estar insensível é não ser mais atingido pela sensibilidade da vida, pela beleza da criação divina; é não ser atingido pelo sorriso de uma criança, é não querer entrar na ciranda da vida e compartilhá-la com aqueles (as) que conosco caminham. Esteja, pois, aberto ao sopro de vida do Criador e tenha um coração grandioso e grato pela vida que pulsa dentro de você!


Frei Paulo Sérgio, ofm

Ateu, graças a Deus


Quando eu era militar, participei num "exercício de campanha", a maioria dos jovens de minha turma nunca havia acampado no mato e estávamos todos muito receosos. Afinal de contas, aquilo era um treinamento militar e profundamente austero; fomos submetidos ao frio da noite, ao calor intenso do dia, comíamos carne crua e coisas do gênero.

Providencialmente, a marcha era feita dois a dois, os mesmos dois que dividiriam a barraca à noite para dormir e, o meu companheiro de marcha era um rapaz declaradamente ateu.

Chegada a hora de dormir disse-lhe: "Vamos fazer uma oração pedindo a Deus que nos proteja, a barraca está cheia de aranhas, pode ser que também tenha entrado coisa pior", ao que ele respondeu: "Pode fazer você mesmo".

Fiz minha oração e virei-me para dormir. Passados alguns minutos, o rapaz se levanta num salto e aos gritos. Quando vimos ali no canto da barraca, havia uma cobra venenosa a dormir conosco. Foi aterrador! O rapaz teve a cobra a passar-lhe pelo pescoço.

Atordoado pelo momento, quase que chorando de susto, ele apertava-me o braço e dizia: "Foi a oração que me salvou! Vamos agradecer a Deus pela nossa vida". O choque da cobra exorcizou seu ateísmo.

Precisamos fazer com o pecado o que este jovem fez com aquela cobra, reconhecê-lo, mesmo aos gritos e aos sustos, arrastá-lo para fora do nosso coração e arrebentá-lo, destruí-lo, ainda movidos como que pelo susto de alguém que descobriu que fez de uma cobra o seu travesseiro.

"No meu amor e na minha ternura eu mesmo te livrei do perigo. Durante o passado sustentei-te e amparei-te constantemente" (Is 63,9b).

Do livro “Quando só Deus é a resposta”, Márcio Mendes


Porta da Fé (2)




DESDE o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude».

Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado.

Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.

 Bento XVI, Porta Fidei