quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Será que você já viveu ou está vivendo o Carpe Diem?


Talvez seja um termo um pouco desconhecido da sociedade, mas na prática muito usado. Pois, naturalmente vemos pessoas que vivem o Carpe Diem, que dão valor a significância desse termo e levam para suas vidas como uma lição. Mas, de antemão eu te digo: viver o Carpe Diem é uma cilada do inimigo. Na íntegra, Carpe Diem quer dizer “aproveitar o momento”, “colher o dia”, “aproveitar ao máximo o que o dia te oferece”, ou seja, você tem que sugar tudo do dia, dedicar-se somente aquele momento, sem pensar em um futuro, porque você não sabe do amanhã e não se importa com o futuro. E, pelo contrário, Deus criou o mundo e para cada coisa limitou um tempo, como na própria passagem de Eclesiastes 3,1 diz: “Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.” E quem faz do Carpe Diem um estilo de vida, acaba descumprindo também o que a Palavra de Deus prega.

Como você vai viver uma vida só do “hoje”?

Aí você pode me interrogar: mas aquela frase “Viva cada dia como se fosse o último”... as igrejas pregam e é correto. Então, porque você está dizendo que o termo Carpe Diem, que quer dizer: “aproveitar o momento” não é aconselhável ser colocado em prática? Justamente por isso, irmãos, porque alguns jovens acham que aproveitar a vida é você beber todas em uma festa, fumar, é você ficar com várias meninas em um só dia, é você falar dos outros... Sendo que na realidade isso não é aproveitar! É preciso que abramos nossos olhos e enxerguemos que “Viver cada dia como se fosse o último” é amar ao próximo, é cuidar das pessoas que vivem ao seu redor, é correr atrás dos seus sonhos, é arrepender-se do que faz de errado... Fazer tudo isso como se fosse a última vez que estiver fazendo na vida, afinal, um dia será!

Não nos tornemos pessoas que vivem Carpe Diem, pessoas que querem pegar tudo com as mãos só no dia de hoje, sem pensar no amanhã. Tornemo-nos, sim, pessoas que amam, cuidam, protejem e acolhem intensamente os outros como se fosse a última vez das nossas vidas.

      Bárbara de Medeiros Dantas - Ministério de Pregação da RCC de Carnaúba dos Dantas.

Continuação da mensagem de Bento XVI para a Quaresma 2012


«Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.
O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e todavia são objeto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o fato de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo atual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).

A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. (...) A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. (...)

O fato de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Pv 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). (...) Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. (...)

Fonte: www.rccbrasil.org.br